domingo, 16 de novembro de 2014
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
TEORIA - DESENCARNAÇÃO COLETIVA
Destino ou Fatalidade?
Borborema, cidade com 15 mil habitantes, viveu
clima de luto e comoção pela morte de 11 moradores da cidade em um grave
acidente na Rodovia Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304) em Ibitinga (SP) na
noite de segunda-feira (27/10/2014). O ônibus levava estudantes e professores
da Escola Estadual "Dom Gastão Liberal Pinto", em Borborema (SP).
Eles voltavam de uma excursão em São Paulo e seguiam para a cidade de origem
pela rodovia quando houve uma colisão contra uma carreta.
Segundo informações da polícia, o ônibus foi
atingido por uma carreta que seguia no sentido contrário. O impacto foi tão
forte que o ônibus teve a lateral arrancada.
Os passageiros foram arremessados na rodovia e
morreram na hora. Após a batida, a carreta, que transportava óleo vegetal,
pegou fogo, que foi controlado somente duas horas depois pelas equipes do Corpo
de Bombeiros.
As causas do acidente ainda serão apuradas,
contudo, minha versão é que a falta de sinalização de solo pode ter contribuído
para o desastre. Dias antes transitando pela mesma rodovia notei ausência, em
muitos trechos, de sinais de transito, devido às obras e melhorias naquela
faixa de rolamento.
Como o
sinistro foi muito comentado pela imprensa e por ter se tornado assunto de
questionamentos em nosso Centro, optamos por elaborar esta pauta como objeto de
estudos e, para isso, nos servindo da literatura que a Doutrina oferece.
"Esta vida é uma viagem. Pena eu estar só de
passagem".
José Vinicius
Anzolin
Em ocorrências como esta, são
comuns as pessoas se perguntarem quais seriam as causas de sua origem, suas
razões e porque Deus não as teria poupado. Por que algo tão terrível acontece e
mata em grande número, sem escolher idade, sexo, raça ou religião? Muitos
acreditam que é má sorte; para outros é um castigo; alguns pensam que funciona
por acaso, obras do destino, uma fatalidade.
Mas o que sobre isto diz a
Doutrina Espírita? Qual é a sua explicação sobre o assunto?
O Espiritismo explica com grande
consistência que cada um recebe de acordo com suas obras, porque todos nós
estamos sujeitos às Leis da Ação e Reação, de Causa e Efeito, e a de Evolução e
Progresso.
.
Assim, embora os acontecimentos trágicos vos pareçam ocasionais ou
imprevistos, eles podem ter sido traçados pela Administração Sideral devido a
uma coincidência cármica. Então ali se escolhem e se agrupam justamente
criaturas cuja ficha moral as condiciona a um determinado fato, ocorrência ou
acidente de resgate coletivo, ensejando-lhes a liquidação dos débitos das
existências passadas.
As causas das mortes coletivas
Através da reencarnação a Doutrina
Espírita mostra que há lógica nas tragédias que chocam a todos nós e que nos
basta conciliar a afirmativa de Jesus de que “a cada um será dado segundo as suas
obras”.
É nos dizeres de Jesus que teremos
indícios de entendimento com as desencarnações coletivas provocadas pelo
terremoto mais violento dos últimos quarenta anos, ocorrido no dia 26 de
dezembro de 2004, que ao produzir ondas gigantescas (tsunamis), destruiu a
região litorânea do Sul da Ásia, matando centenas de milhares de pessoas?
Ou, como aplicar o ensinamento do Cristo às mortes coletivas que
aconteceram num incêndio de grandes proporções em uma discoteca de Buenos Aires
e que provocou a morte de 175 pessoas, ou mesmo a de Santa Maria, no Rio Grande
do Sul, recentemente; ou aos óbitos registrados no terremoto que atingiu a cidade
de Bam, no Irã, no final de 2003, que matou milhares de pessoas de todas as
idades e condições sociais; ou ainda, às verificadas no acidente de avião no
Egito, que provocou a morte de 148 pessoas que estavam a bordo, em 3 de janeiro
de 2004? Enfim, como explicar todos esses e muitíssimos outros fatos dramáticos
sob a ótica da Justiça Divina?
Para melhor entendermos a
questão das expiações coletivas, o Espírito Clélia Duplantier, em "Obras
Póstumas", nos dá explicações interessantes e que nos ajudam a
compreender melhor o processo. Diz-nos que as mesmas leis que regem o
indivíduo, também se aplicam à família, à nação, às raças, à massa dos
habitantes dos mundos, que são
individualidades coletivas. Toda a falta quer do indivíduo, quer de
famílias e nações, seja qual for o caráter, são expiadas em cumprimento da
mesma lei.
Em todo o ser humano há
três caracteres: o do indivíduo ou do ente em si mesmo, o do membro da família
e o do cidadão. Sob cada uma dessas três faces, pode ele ser criminoso ou
virtuoso; isto é, pode ser virtuoso, como pai de família, e criminoso como cidadão
e vice-versa; daí as situações especiais em que se acha nas existências
sucessivas.
A reparação dos erros
praticados por uma família ou por certo número de pessoas é também solidária,
isto é, os mesmos espíritos que erraram juntos reúnem-se para reparar suas
faltas. A lei de ação e reação, nesse caso, que age sobre o indivíduo, é a
mesma que age sobre a família, a nação, as raças, enfim, o conjunto de
habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas.
Tal reparação se dá porque a alma, quando retorna ao Mundo Espiritual, conscientizada
da responsabilidade própria faz o levantamento dos seus débitos passados e, por
isso mesmo, roga os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.
Também, vamos encontrar no
livro Chico Xavier Pede Licença, no capítulo 19, intitulado “Desencarnações Coletivas”, as sábias
explicações para o fenômeno das mortes coletivas, quando o benfeitor Emmanuel
responde pergunta endereçada a ele, por algumas dezenas de pessoas, em reunião
pública, realizada na noite de 22/08/1972, em Uberaba, MG, e que aqui
transcrevemos: “Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva
de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de incêndios (e de
quedas de aeronaves)?
Responde Emmanuel: –
” Realmente, reconhecemos em Deus o Perfeito Amor, aliado à Justiça
Perfeita. “E o homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça
imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo
julgador de si próprio”.
Como se processa a provação coletiva
[resgate]?
O Mentor do Chico esclarece: “Na provação coletiva, verifica-se a
convocação dos Espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com
referência ao passado delituoso e obscuro. O mecanismo da justiça, na lei das
compensações, funciona, então, espontaneamente, através dos prepostos do
Cristo, que convocam os comparsas da dívida do pretérito para os resgates em
comum, razão porque, muitas vezes, intitulais “doloroso caso” às
circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares (desiguais) no mesmo
acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas
mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais”.
Diante de tantos lúcidos
esclarecimentos, não mais podemos ter quaisquer dúvidas de que a Justiça Divina
exerce sua ação, exatamente, com todos aqueles que, em algum momento,
contrariaram a harmonia da Lei de Amor e Caridade e, por isso mesmo, cedo ou
tarde, defrontar-se-ão, inexoravelmente, com a Lei de Causa e Efeito, ou, se
preferirem, com a máxima proferida pela sabedoria popular: “A semeadura é livre, mas, a colheita é obrigatória”.
É importante destacar que, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o mestre
lionês assinala: "Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento,
porque se passa neste mundo, seja, necessariamente, o indício de uma
determinada falta: trata-se, freqüentemente, de simples provas escolhidas pelo
Espírito para sua purificação, para acelerar o seu adiantamento”.
Diante do exposto, afirmamos que
a função da dor é ampliar horizontes, para, realmente, vislumbrarmos os
concretos caminhos amorosos do equilíbrio. Por isso, diante dos compromissos
“cármicos”, em expiações coletivas ou individuais, lembremo-nos sempre de que a
finalidade da Lei de Deus é a perfeição do Espírito, e que estamos, a cada dia,
caminhando nessa direção, onde o nosso esforço pessoal e a busca da paz estarão
agindo a nosso favor, minimizando, ao máximo, o peso dos débitos do ontem.
Lei de Ação e Reação
Família morre queimada - para redimir culpas passadas de
diversos membros de uma família que, por vingança, incendiaram a casa de um vizinho
pela madrugada, matando todos dentro da casa. Os espíritos que compunham a família
criminosa, ao reencarnarem unidos novamente pelos laços consangüíneos, expiaram
seus crimes num desastre, no qual o carro em que viajavam pegou fogo, morrendo
todos queimados dentro do veículo.
Como se vê, cada membro da família reparou individualmente os crimes
cometidos na encarnação anterior, dentro do resgate coletivo. De fato, a dor
coletiva é o remédio que corrige as falhas mútuas. No entanto, cada um só é
responsável pelas suas próprias faltas como determina a Justiça Divina, ou
seja, como indivíduos ou como membros de uma coletividade, todos nós somos
responsáveis pelos nossos atos perante as leis de Deus.
Segundo
Emmanuel, nós “criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a
extinguir-lhe as conseqüências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos
esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos
sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança. É por este
motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência
e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida”.
Obs. - Tais apontamentos foram feitos ao final
do capítulo intitulado “Desencarnações Coletivas”, no livro Chico Xavier Pede
Licença, quando o benfeitor espiritual responde por que Deus permite a morte
aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de
incêndios.
Tragédia
do Circo - No dia 17
de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, em comovedora tragédia num circo, a
justiça da lei Ação e Reação, através da reencarnação, reaproximaram os
responsáveis, em diversas posições da idade física, para a dolorosa expiação,
conforme relata o Espírito Humberto de Campos, pelo médium Chico Xavier, no
livro Crônicas de Além Túmulo.
É ocaso do incêndio do circo em Niterói. Os que morreram no século XX foram
os mesmos espíritos que, em Roma, atearam o incêndio numa arena de um circo na
Gália, região da França, na época do Império Romano, onde se acotovelavam as
crianças cristãs. Gasto quase dezoito séculos depois do evento escuro... No
entanto, a lei de justiça reaproxima todos os responsáveis, através da
reencarnação, e em diferentes idades para a expiação física dolorosa.
No ano 177 da Era Cristã, Marcus Aurelius governou o Império Romano. Mulheres,
homens, crianças, idosos e os cristãos foram presos, torturados e exterminados.
Veio a notícia da visita do famoso guerreiro Lucio Gallo e quem estava no poder
quis homenageá-lo de forma tão grande e original, decidindo a queimar milhares
de cristãos em um show à altura do visitante.
Emigrações e Imigrações dos Espíritos
Em certas épocas, reguladas pela sabedoria divina, essas
emigrações se operam em massas mais ou menos consideráveis, como resultado das grandes
revoluções que fazem desencarnar ao mesmo tempo, um agrupamento de seres, os
quais são logo substituídas por quantidades equivalentes de encarnações. Portanto,
é preciso considerar os flagelos destruidores e os cataclismos como ocasiões de
partidas coletivas, meios providenciais de renovar a população corporal do
globo, de a retemperar mediante a introdução de novos elementos espirituais
mais purificados. Se, nessas catástrofes, há destruição de um grande número de
corpos, ali não há senão vestes dilaceradas, porém nenhum Espírito perece: nada
fazem senão mudar de ambiente; em lugar de partir isoladamente, partem em
quantidades – eis toda a diferença – pois, quanto a partir por uma causa, ou por
outra, para eles não muda a fatalidade de que mais cedo ou mais tarde deverão
partir.
As
renovações rápidas e quase instantâneas que se operam no elemento espiritual da
população, como conseqüência dos flagelos destruidores acelera o progresso
social; sem as imigrações e emigrações que ocorrem de tempos a tempos não viessem
dar-lhe um violento impulso, progrediria com extrema lentidão.. XET 218 – 36
Encarnação e Desencarnação dos Espíritos
Quando o Espírito deve se encarnar num corpo humano em
vias de formação, um laço fluídico, que nada mais é senão uma expansão de seu
perispírito, o liga ao germe em cuja direção ele se sente atraído por uma força
irresistível desde o momento da concepção. À medida que o germe se desenvolve,
firma-se o laço; sob influência do princípio vital material do germe, o perispírito,
que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula por molécula, ao
corpo que o forma; daí se pode dizer que o Espírito, por intermédio de seu
perispírito, de alguma forma toma raiz no germe como uma planta na terra.
Quando o germe está inteiramente desenvolvido, a união é completa, e então ele
nasce para a vida exterior.
Por efeito contrário, esta união do perispírito e da
matéria carnal, que se havia realizado sob a influência do princípio vital do
germe, quando esse princípio cessa de agir em resultado da desorganização do
corpo, a união, que apenas era mantida por uma força atuante, cessa quando essa
força cessa de agir; então o Espírito se solta, molécula por molécula, como um
dia se uniu, e o Espírito recupera sua liberdade. Assim, não é a partida do
Espírito que causa a morte do corpo, mas a morte do corpo que causa a partida
do espírito.
Desde o instante posterior à morte, a integridade do
Espírito é total; suas faculdades adquirem mesmo uma penetração maior, ao passo
que o princípio da vida se extingue no corpo, e isto é prova evidente de que o
princípio vital e o princípio espiritual são duas coisas distintas.
O
Espiritismo nos ensina, pelos fatos que nos proporciona à observação, os
fenômenos que acompanham essa separação; ela é algumas vezes rápida, fácil,
doce e insensível; outras vezes é lenta, laboriosa, horrivelmente penosa,
segundo o estado moral do Espírito, e pode durar meses inteiros.
Separação da Alma e do Corpo
Da Separação: Assemelha-se este fenômeno ao dos sonâmbulos inexperientes,
que não crêem estar dormindo. Para eles, o sono é sinônimo de suspensão das
faculdades; ora, como pensam livremente e podem ver, não acham que estejam
dormindo. Alguns Espíritos apresentam esta particularidade, embora a morte não
os tenha colhido inopinadamente; mas ela é sempre mais generalizada entre os
que, apesar de doentes, não pensavam em morrer. Vê-se então o espetáculo
singular de um Espírito que assiste aos próprios funerais como os de um
estranho, deles falando como de uma coisa que não lhe dissesse respeito, até o
momento de compreender a verdade.
LE - 161. Na
morte violenta ou acidental, quando os órgãos ainda não se debilitaram pela
idade ou pelas doenças, a separação da alma e a cessação da vida se verificam
simultaneamente?
— Geralmente é assim; mas, em todos os casos, o instante que os separa é
muito curto.
No momento da morte, tudo, a
princípio, é confuso; a alma necessita de algum tempo para se reconhecer; sente-se
como atordoada, no mesmo estado de um homem que saísse de um sono profundo e
procurasse compreender a sua situação. A lucidez das idéias e a memória do
passado lhe voltam à medida que se extingue a influência da matéria de que se
desprendeu, e que se dissipa essa espécie de nevoeiro que lhe turva os
pensamentos.
Do livro
Ação e Reação um relato socorrista de Andre Luiz, como segue:
Acidente: O socorro
no avião sinistrado é distribuído indistintamente, contudo, não podemos
esquecer que se o desastre é o mesmo para todos os que tombaram, a morte é
diferente para cada um. No momento serão retirados da carne tão somente aqueles
cuja vida interior lhes outorga a imediata liberação. Quanto aos outros, cuja
situação presente não lhes favorece o afastamento rápido da armadura física,
permanecerão ligados, por mais tempo aos despojos que lhes dizem respeito.
Quantos dias?
Depende do
grau de animalização dos fluidos que lhes retém o Espírito à atividade corpórea
– respondeu-nos o mentor. Alguns serão detidos por algumas horas, outros,
talvez, por longos dias... Quem sabe? Corpo inerte nem sempre significa
libertação da alma. O gênero de vida que alimentamos no estágio físico, dita as
verdadeiras condições de nossa morte. Quanto mais chafurdamos o ser nas
correntes de baixas ilusões, mais tempo gastamos para esgotar as energias vitais
que nos aprisionam à matérias e primitiva de que se nos constitui a
instrumentação fisiológica, demorando-nos nas criações mentais inferiores a que
nos ajustamos, nelas encontrando combustível para dilatados enganos nas sombras
do campo carnal, propriamente considerado. E quanto mais nos submetamos às
disciplinas do espírito, que nos aconselham equilíbrio e sublimação mais ampla
facilidades conquistaremos para a exoneração da carne em quaisquer emergências de
que não possamos fugir por força dos débitos contraídos perante a Lei. Assim é
que “morte
física” não é o mesmo que “emancipação espiritual”. – XVL 241
/ 251
Pós Morte
Cordão prateado - Às
vezes, não convém à brusca libertação para a alma passar a atuar imediatamente
no mundo astral, pois esse mundo é demasiadamente sutil e plástico às emissões
do pensamento, que amplifica e super-excita todos os quadros mentais que ainda
se mantêm desordenadamente no perispírito do desencarnado. A permanência mais
demorada junto ao corpo físico, embora este se encontre em estado cadavérico,
ainda favorece o perispírito no seu intercâmbio energético com o vitalismo
natural do meio físico, que flui da própria carne densa e se dissocia (*) no
conhecido fenômeno de radiação dispersiva, tão comum a certos minerais, embora
suas moléculas de ferro, sódio, magnésio, flúor e cálcio e outras sejam
aglutinadas no sangue por processos diferentes. – XTV 154 / 163 – (*) Processo no qual as moléculas de uma substância sofrem quebra de
ligações químicas e separam-se em partes menores (íons ou radicais livres
Visto que a matéria é energia condensada – o que já é o conceito
científico do vosso mundo – assim que começa a dissolução do corpo físico, essa
energia até então acumulada tende a se libertar o mais rapidamente possível;
então, o perispírito – centro energético que atua em plano vibratório mais
sutil – faz o aproveitamento automático do magnetismo energético que se irradia
do cadáver que foi o seu instrumento vivo no mundo físico.
De modo contrário, a liberdade imediata do espírito no Astral faria
recrudescerem, agravarem vigorosamente
as suas evocações mentais, sem o auxilio do corpo físico para atenuá-las no
aguçamento psíquico. É óbvio que o espírito benfeitor e a alma cristianizada
podem dispensar esses cuidados e as fases de adaptações gradativas ao
mundo astral porque, mesmo encarnados,
já estão ligados as regiões superiores de Paz e Ventura, das quais tomam posse
definitiva após a morte física. São almas que, por se constituírem em
abençoados núcleo s de luz e energia superiores, dissolvem os mantos das trevas
por onde transitam.
Brusca - É
evidente que, em caso de incêndio ou explosão – supondo-se que o corpo do
acidentado se desintegre por força de gases ou chamas - a libertação do
perispírito se faz de modo súbito e, conseqüentemente, o “cordão prateado” se
rompe ao expelir os resíduos vitais que se intercambiavam do perispírito para o
corpo físico - XTV 161 / 163
Da Perturbação
A
perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem: é
calma e em tudo semelhante à que acompanha um despertar tranqüilo. Para aquele
cuja consciência não está pura é cheia de ansiedades e angústias.
Nos casos de
morte coletiva observou-se que todos os que pereceram ao mesmo tempo nem sempre
se revêem imediatamente. Na perturbação que se segue à morte cada um vai para o
seu lado ou só se preocupa com aqueles que lhe interessam.
LE - 163. Deixando o corpo, a alma
tem imediata consciência de si mesma?
— Consciência imediata não é o termo: ela fica perturbada por algum tempo.
LE - 164. Todos os Espíritos
experimentam, no mesmo grau e pelo mesmo tempo, a perturbação que se segue à
separação da alma e do corpo?
— Não, pois isso depende da sua elevação. Aquele que já está depurado se
reconhece quase imediatamente, porque se desprendeu da matéria durante a vida
corpórea, enquanto o homem carnal, cuja consciência não é pura, conserva por
muito tempo mais a impressão da matéria.
LE - 165. O
conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração maior ou
menor da perturbação?
— Uma grande influência, pois o Espírito compreende antecipadamente a sua
situação; mas a prática do bem e a pureza de consciência são o que exerce maior
influência.
A duração da
perturbação de após morte é muito variável: pode ser de algumas horas, como de
muitos meses e mesmo de muitos anos. Aqueles em que é menos longa são os que se
identificaram durante a vida com o seu estado futuro, porque então compreendem
imediatamente a sua posição.
Essa
perturbação apresenta circunstâncias particulares, segundo o caráter dos
indivíduos e sobre tudo de acordo com o gênero de morte. Nas mortes violentas,
por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito é
surpreendido, espanta-se, não acredita que esteja morto e sustenta teimosamente
que não morreu. Não obstante, vê o seu corpo, sabe que é dele, mas não
compreende que esteja separado. Procura as pessoas de sua afeição, dirige-se a
elas e não entende por que não o ouvem. Esta ilusão mantém-se até o completo
desprendimento do Espírito, e somente então ele reconhece o seu estado e
compreende que não faz mais parte do mundo dos vivos.
Esse
fenômeno é facilmente explicável. Surpreendido pela morte imprevista, o
Espírito fica aturdido com a mudança brusca que nele se opera. Para ele, a
morte é ainda sinônimo de destruição, de aniquilamento; ora, como continua a
pensar, como ainda vê e escuta, não se considera morto. E o que aumenta a sua
ilusão é o fato de se ver num corpo semelhante ao que deixou na terra, cuja
natureza etérea ainda não teve tempo de verificar. Ele o julga sólido e
compacto como o primeiro, e quando se chama a sua atenção para esse ponto,
admira-se de não poder apalpá-lo.
Fatalidade
LE - 851. Há uma fatalidade nos
acontecimentos da vida, segundo o sentimento ligado a essa palavra; quer dizer,
todos os acontecimentos são predeterminados, e nesse caso em que se torna o
livre-arbítrio?
— A fatalidade só existe no tocante à
escolha feita pelo Espírito, ao se encarnar, de sofrer esta ou aquela prova; ao
escolhê-la ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria
conseqüência da posição em que se encontra. Falo das provas de natureza física,
porque, no tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o
seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir.
Um bom Espírito, ao vê-lo fraquejar, pode correr em seu auxílio, mas não pode
influir sobre ele a ponto de subjugar-lhe a vontade. Um Espírito mau, ou seja,
inferior, ao lhe mostrar ou exagerar um perigo físico, pode abalá-lo e
assustá-lo, mas a vontade do Espírito encarnado não fica por isso menos livre
de qualquer entrave.
LE - 852. Há pessoas que parecem
perseguidas por uma fatalidade, independentemente de sua maneira de agir; a
desgraça está no seu destino?
— São talvez, provas que devem sofrer e que elas mesmas escolheram. Ainda
uma vez levais à conta do destino o que é quase sempre a conseqüência de sua
própria falta. Em meio dos males que te afligem, cuida que a tua consciência
esteja pura e te sentirás meio consolado.
LE - 853. Certas pessoas escapam a um
perigo mortal para cair em outro; parecem que não podem escapar à morte. Não há
nisso fatalidade?
— Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte.
Chegando esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar-vos.
LE -853-a. Assim, qualquer que seja o
período que nos ameace, não morreremos se a nossa hora não chegou?
— Não, não morrerás, e tens disso milhares de exemplos. Mas quando chegar
a tua hora de partir, nada te livrará. Deus sabe com antecedência qual o gênero
de morte porque partirás daqui, e freqüentemente teu Espírito também o sabe,
pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência.
LE - 854. Da infalibilidade da hora
da morte segue-se que as precauções que se tomam para evitá-las são inúteis?
— Não, porque as precauções que tomais vos são sugeridas com o fim de
evitar uma morte que vos ameaça; é um dos meios para que ela não se verifique.
LE - 855. Qual o fito da Providência
ao fazer-nos correr perigos que não devem ter conseqüências?
— Quando tua vida se encontra em perigo é essa uma advertência que tu
mesmo desejaste, a fim de te desviar do mal e te tornar melhor. Quando escapas
a esse perigo, ainda sob a influência do risco porque passaste, pensas com
maior ou menor intensidade, sob a ação mais ou menos forte dos bons Espíritos,
em te tornares melhor. O mau Espírito retornando (digo mau, subentendendo o mal
que ainda nele existe), pensas que escaparás da mesma maneira a outros perigos
e deixas que as tuas paixões se desencadeiem de novo. Pelos perigos que
correis, Deus vos recorda a vossa fraqueza e a fragilidade de vossa existência.
Se examinarmos a causa e a natureza do perigo veremos que, na maioria das
vezes, as conseqüências foram a punição de uma falta cometida ou de um dever
negligenciado. Deus vos adverte para refletirdes sobre vós mesmos e vos
emendardes. (Ver os itens 526 a 532).(1)
LE - 859. Se a morte não pode ser
evitada quando chega a sua hora, acontece o mesmo com todos os acidentes no
curso da nossa vida?
— São, em geral, coisas demasiado pequenas, das quais podemos
prevenir-vos dirigindo o vosso pensamento no sentido de as evitardes, porque
não gostamos do sofrimento material. Mas isso é de pouca importância para o
curso da vida que escolhestes. A fatalidade, na verdade, só consiste nestas
duas horas: a em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo.
LE - 859-a. Há fatos que devem
ocorrer forçosamente e que a vontade dos Espíritos não pode planejar?
— Sim, mas que tu, quando no estado de Espírito, viste e pressentiste, ao
fazer a tua escolha. Não acrediteis, porém, que tudo o que acontece esteja
escrito como se diz. Um acontecimento é quase sempre a conseqüência de uma
coisa que fizeste por um ato de sua livre vontade, de tal maneira que, se não
tivésseis praticado aquele ato, o acontecimento não se verificaria. Se queimas
o dedo, isso é apenas a conseqüência de tua imprudência e da condição da
matéria. Somente as grandes dores, os acontecimentos importantes e capazes de
influir na tua evolução moral são previstos por Deus, porque são úteis à tua
purificação e à tua instrução.
LE - 860. Pode o homem, por sua
vontade e pelos seus atos, evitar acontecimentos que deviam realizar-se e
vice-versa?
— Pode desde que esse desvio aparente possa caber na ordem geral da vida
que ele escolheu. Além disso, para fazer o bem, como é do seu dever e único
objetivo da vida, ele pode impedir o mal, sobretudo aquele que pudesse
contribuir para um mal ainda maior.
LE - 861. O homem que comete um
assassinato sabe, ao escolher a sua existência, que se tornará assassino?
— Não. Sabe apenas que ao escolher uma vida de lutas terá a probabilidade
de matar um de seus semelhantes, mas ignora se o fará ou não, porque estará
quase sempre nele tomar a deliberação de cometer o crime. Ora, aquele que
delibera sobre alguma coisa é sempre livre de fazê-la ou não. Se o espírito
soubesse com antecedência que, como homem, devia cometer um assassínio, estaria
predestinado a isso. Sabei, então, que não há ninguém predestinado ao crime e
que todo crime, como todo e qualquer ato, é sempre o resultado da vontade e do
livre-arbítrio. De resto, sempre confundis duas coisas bastante distintas, os
acontecimentos materiais da existência e os atos da vida moral. Se há
fatalidade, às vezes, é apenas no tocante aos acontecimentos materiais, cuja
causa está fora de vós e que são independentes da vossa vontade. Quanto aos
atos da vida moral, emanam sempre do próprio homem, que tem sempre, por
conseguinte, a liberdade de escolha: para os seus atos não existe jamais a
fatalidade.
LE - 862. Há pessoas que nunca
conseguem êxito e que um mau gênio parece perseguir, em todos os seus
empreendimentos. Não é isso o que podemos chamar fatalidade?
— Pode ser fatalidade, se assim o
quiseres, mas decorrente da escolha do gênero de existência, porque essas
pessoas quiseram ser experimentadas por uma vida de decepções a fim de
exercitarem a sua paciência e a sua resignação. Não creias, entretanto, que
seja isso o que fatalmente acontece; muitas vezes é apenas o resultado de
haverem elas tomado um caminho errado, que não está de acordo com a sua
inteligência e as suas aptidões. Aquele que quer atravessar um rio a nado, sem
saber nadar, tem grande probabilidade de morrer afogado. Assim acontece na
maioria das ocorrências da vida. Se o homem não empreendesse mais do que aquilo
que está de acordo com as suas faculdades, triunfaria quase sempre; o que o
perde é o seu amor-próprio e a sua ambição, que o desviam do caminho para tomar
por vocação o simples desejo de satisfazer certas paixões. Então fracassa e a
culpa é sua, mas em vez de reconhecer o erro prefere acusar a sua estrela. Há o
que teria sido um bom operário, ganhando honradamente a vida, mas se fez mau
poeta e morre de fome. Haveria lugar para todos, se cada um soubesse ocupar o
seu lugar.
LE - 866. Então, a fatalidade que parece
presidir aos destinos do homem na vida material seria também resultado do nosso
livre-arbítrio?
— Tu mesmo escolheste a tua prova;
quanto mais rude ela for, se melhor a suportas, mais te elevas. Os que passam a
vida na abundância e no bem-estar são Espíritos covardes que permanecem
estacionários. Assim, o número dos infortunados supera de muito o dos felizes
do mundo, visto que os Espíritos procuram, na sua maioria, as provas que lhes
sejam mais frutuosas. Eles vêem muito bem a futilidade de vossas grandezas e
dos vossos prazeres. Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre
perturbada: não seria assim pela ausência da dor. (Ver itens 525 e seguintes).
LE- 872 -
A fatalidade, como vulgarmente é
entendida, supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os acontecimentos da
vida, qualquer que seja a sua importância. Se assim fosse, o homem seria uma
máquina destituída de vontade. Para que lhe serviria a inteligência, se ele
fosse invariavelmente dominado, em todos os seus atos, pelo poder do destino?
Semelhante doutrina, se verdadeira, representaria a destruição de toda
liberdade para o homem, nem mal, nem crime, nem virtude. Deus, soberanamente
justo, não poderia castigar as suas criaturas por faltas que não dependiam
delas, nem recompensá-las por virtudes de que não teriam mérito. Semelhante lei
seria ainda a negação da lei do progresso, porque o homem que tudo esperasse da
sorte nada tentaria fazer para melhorar a sua posição, desde que não poderia
torná-la melhor nem pior.
A fatalidade não é, entretanto, uma
palavra vã; ela existe no tocante à posição do homem na Terra e às funções que
nela desempenha como conseqüência do gênero de existência que seu Espírito escolheu
como prova, expiação ou missão. Sofre ele, de maneira fatal, todas as
vicissitudes dessa existência e todas as tendências boas ou más que lhe são
inerentes. Mas a isso se reduz a fatalidade, porque depende de sua vontade
ceder ou não a essas tendências. Os detalhes dos acontecimentos estão na
dependência das circunstâncias que ele mesmo provoque, com os seus atos, e
sobre os quais podem influir os Espíritos, através dos pensamentos que lhe
sugerem. (Ver item 459).
A fatalidade está, portanto, nos
acontecimentos que se apresentam ao homem como conseqüência da escolha de
existência feita pelo Espírito; mas pode não estar no resultado desses
acontecimentos, pois pode depender do homem modificar o curso das coisas, pela
sua prudência; e jamais se encontra nos atos da vida moral.
É na morte que o homem é submetido,
de uma maneira absoluta, à inexorável lei da fatalidade, porque ele não pode
fugir ao decreto que fixa o termo de sua existência, nem ao gênero de morte que
deve interromper-lhe o curso.
Segundo a doutrina comum, o homem
tiraria dele mesmo todos os seus instintos; estes procederiam, seja da sua organização
física, pela qual ele seria responsável, seja da sua própria natureza, na qual
pode procurar uma escusa para si mesmo, dizendo que não é sua a culpa de haver
sido feito assim.
Influência dos Espíritos sobre os
Acontecimentos da Vida
LE - 526. Tendo os Espíritos ação
sobre a matéria, podem provocar certos efeitos com o fim de produzir um
acontecimento? Por exemplo, um homem deve perecer: sobe então a uma escada,
esta se quebra e ele morre. Foram os Espíritos que fizeram quebrar a escada
para que se cumpra o destino desse homem?
— É bem verdade que os Espíritos têm influência sobre a matéria, mas para
o cumprimento das leis da natureza e não para as derrogar, fazendo surgir em
determinado ponto um acontecimento inesperado e contrário a essas leis. No
exemplo que citas, a escada se quebra porque está carunchada ou não era
bastante forte para suportar o peso do homem; se estivesse no destino desse
homem morrer dessa maneira, eles lhe inspirariam o pensamento de subir na
escada que deveria quebrar-se com o seu peso e sua morte se daria por um motivo
natural, sem necessidade de um milagre para isso.
LE - 527. Tomemos outro exemplo, no
qual não intervenha o estado natural da matéria. Um homem deve morrer de raio:
esconde-se em baixo de uma árvore, o raio estala e ele morre. Os Espíritos
poderiam ter provocado o raio, dirigindo-o sobre ele?
— É ainda a mesma coisa. O raio explodiu sobre aquela árvore e naquele
momento porque o fato estava nas leis da Natureza. Não foi dirigido para a
árvore porque o homem lá se encontrava, mas ao homem foi dada a inspiração de
se refugiar numa árvore, sobre a qual ele deveria explodir. A árvore não seria
menos atingida se o homem estivesse ou não sob ela.
LE - 528. Um homem mal intencionado
dispara um tiro contra outro, mas o projétil passa apenas de raspão, sem o
atingir. Um Espírito benfazejo pode ter desviado o tiro?
— Se o indivíduo não deve ser atingido, o Espírito benfazejo lhe inspira
o pensamento de se desviar, ou ainda poderá ofuscar o seu inimigo de maneira a
lhe perturbar a pontaria; porque o projétil, uma vez lançado, segue a linha da
sua trajetória.
Conclusão
Diz Allan Kardec, nos comentários
da questão 738 de O Livro dos Espíritos, que “venha por um flagelo à morte, ou
por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a
hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número
parte ao mesmo tempo”.
E finalmente, segundo esclareceram os Espíritos Superiores a Allan
Kardec, na resposta à questão 740 de O Livro dos Espíritos, “os flagelos são
provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar
sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de
manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo,
se o não domina o egoísmo”.
Fontes: – A Gênese – A Vida Além da
Sepultura – Ação e Reação – Livro dos Espíritos – O perispírito e suas
modelações – O sublime Peregrino – Web
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