PSICOMETRIA
Nosso prefácio começa
com a história enunciada por Hermínio C. Miranda, em que Colin Wilson, em 1843,
informa quando o jovem doutor Joseph Rhodes Buchanan conversa com Leônidas
Polk, arcebispo da Igreja Episcopal, acerca da “frenologia”. (1) A matéria anuncia, cautelosamente –
como convém a tudo quanto diz respeito à temática do chamado ocultismo, e não
sem uma pontinha de ironia nos trouxe este conceito:- “algo novo surgido no maravilhoso
mundo espiritualista: a psicometria”
Psicometria, em
boa expressão sinonímica, como o é usada na Psicologia experimental, significa
“registro, apreciação da atividade intelectual”, entretanto, nos
trabalhos mediúnicos, esta palavra designa a faculdade de ler impressões
e recordações ao contato de objetos comuns. (XEX 242). Pois que a psicometria não passa de uma das
modalidades da clarividência e a esta pertence, também, os seus enigmas. – Ernesto Bozzano – (XEV 112 / 115)
Para melhor facilidade de
entendimento, lembramos ao prezado leitor de que há um fluido etéreo que ocupa completamente
o espaço e penetra os corpos; este
fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres.
Ao éter são inerentes as
forças que presidiram às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e
necessárias que regem o mundo. Estas formas múltiplas, indefinidamente variadas
conforme as combinações da matéria, localizadas conforme as massas,
diversificadas em seus modos de ação conforme as circunstâncias e os meios são
conhecidos na Terra sob nomes de gravidade, coesão, afinidade, atração,
magnetismo, eletricidade ativa; os movimentos vibratórios do agente são
conhecidos sob os nomes de som, calor, luz, etc.
Em outros mundos elas se
apresentam sob outros aspectos, apresentam outras características desconhecidas
a esse, e na imensa amplidão dos céus, forças em número indefinido são
desenvolvidas numa escala inimaginável.
Pode
ser, pois, que em outros ambientes, o fluído cósmico tenha propriedades, tenha
combinações de que não fazemos a mínima idéia, efeitos apropriados e
necessidades que nos são desconhecidas, dando lugar a novas percepções ou a
outros modos de percepção. –
(XET 113 it 10) Oportuno mencionar, segundo
apuramos, nos anais astrais (organização
dos fluidos no tempo e espaço) estes se acumula às camadas por toda parte.
Conseguimos
ler uma camada em vez da outra, seja por afinidade ou por força de vontade. Por
assimilação, procedemos da mesma maneira como um homem que vai a uma biblioteca
e que escolhe um livro entre os milhares que lá se encontra. As coisas mais
maravilhosas têm sempre uma explicação tão simples, se possuirmos a chave do
enigma. – (XLE
96) Acreditamos
que esta ilustração amplia o entendimento, a sistematização e a percepção além
dos objetos, tal qual nos moldes em que Ramatis, no livro O Sublime Peregrino,
nos relata pormenorizadamente todos os acontecimentos ocorridos com o Mestre
Jesus, desde o seu nascimento até a sua crucificação, ficaram vivamente
gravados no Éter que impregna o Universo, ou Akasa, como é mais conhecido pelos
orientais. (XLL
203.)
Akasa
é um estado muito mais sutil ainda do que a matéria cósmica, embora não seja o
éter propriamente admitido pela ciência como um meio transmissivo. Nele se reflete
e se grava qualquer ação ou fenômeno do mundo físico, e que mais tarde os bons
psicometras podem lê-los graças a sua faculdade psíquica incomum. – (XLL 75 nota 1). É uma biblioteca de ações de cada
alma, pensamentos e emoções que tiveram um lugar no planeta Terra e em outros
sistemas planetários. Todos os eventos de pequeno ou grande porte são
permanentemente gravados ou registrados na grade eletromagnética do planeta e
do cosmos. As poderosas sensibilidades etéricas, as ondas luminosas
disseminadas pelo Universo, o fluido Universal, enfim, sede da Criação, veículo
da Vida, possui a prodigiosa capacidade de fotografar e arquivar em suas
indescritíveis essências os acontecimentos desenrolados sob a luz do Sol, na
Terra, ou pela vastidão do Infinito – (XLL 7 – nota 1)
Registros Akáshicos (Akasha
é uma palavra em sânscrito (uma das mais antigas línguas clássicas da Índia) que significa
"céu", "espaço" ou "éter"), segundo o hinduísmo (Religião
atual da maioria dos povos da Índia) e diversas correntes
místicas, são um conjunto de conhecimentos armazenados misticamente no éter,
que abrange tudo o que ocorre, ocorreu e ocorrerá no Universo. Portanto, é
possível, captarmos, aqui, no Espaço, as reminiscências e minúcias de todos os
acontecimentos já ocorridos na Terra, desde a sua criação, bastando, para isso,
o exercício da psicometria. (xLL 203:4)
Isto
posto, diríamos que a psicometria, habilidade psíquica de descrever o curso de
registros akáshicos e de certos objetos ou coisas através de vários donos e
ambientes, fundamenta-se nos acontecimentos impressos no éter e no corpo
etérico ou duplo etérico desses objetos.
MECANISMO
DA PSICOMETRIA
Expondo
algumas anotações em torno da psicometria, considerada nos círculos
medianímicos por faculdade de perceber o lado oculto do ambiente e de ler
impressões e lembranças, ao contato de objetos e documentos, nos domínios da
sensação a distância, não é demais traçar sintéticas observações acerca do
pensamento, que varia de criatura para criatura, tanto quanto a expressão
fisionômica e as marcas digitais.
Destacaremos,
assim, que, em certos indivíduos, a onda mental a expandir-se, quando em regime
de «circuito fechado», na atenção profunda, carreia consigo agentes de
percepção avançada, com capacidade de transportar os sentidos vulgares para
além do corpo físico, no estado natural de vigília.
O
fluido nervoso ou força psíquica, a desarticular-se dos centros vitais,
incorpora-se aos raios de energia mental exteriorizados, neles configurando o
campo de percepção que se deseje plasmar, segundo a dileção da vontade,
conferindo ao Espírito novos poderes sensoriais.
Ainda
aqui, o fenômeno pode ser apreendido, guardando-se por base de observação as
experiências do hipnotismo comum, nas quais o sensitivo muitas vezes pessoa em
que a força nervosa está mais fracamente aderida ao carro fisiológico deixa
escapar com facilidade essa mesma força, que passa de pronto, ao impacto
espiritual do magnetizador.
O
hipnotizado, na profundez da hipnose, pode, então, libertar a sensibilidade e a
motricidade, transpondo às limitações conhecidas no cosmo físico.
Nestas
ocorrências, sob a sugestão do magnetizador, o «sujet», com a energia mental de
que dispõe, desassocia o fluido nervoso de certas regiões do veículo carnal,
passando a registrar sensações fora do corpo denso, em local sugerido pelo
hipnotizador, ou impede que a mesma força circule em certo membro - um dos
braços, por exemplo -, que se faz praticamente insensível enquanto perdure a
experiência, até que, ao toque positivo da vontade do magnetizador, ele mesmo
reconduza o próprio pensamento revitalizante para o braço inerte,
restituindo-lhe a energia psíquica temporariamente subtraída.
PSICOMETRIA
E REFLEXO CONDICIONADO
Nas pessoas dotadas de forte sensibilidade,
basta o reflexo condicionado, por intermédio da oração ou da centralização de
energia mental, para que, por si mesmas, desloquem mecanicamente a força
nervosa correspondente a esse ou àquele centro vital do organismo
fisiopsicossomático, entrando em relação com outros impérios vibratórios, dos
quais extraem o material de suas observações psicométricas.
Aliás,
é imperioso ponderar que semelhantes faculdades, plenamente evidenciadas nos
portadores de sensibilidade mais extensamente extroversível, esboçam-se, de
modo potencial, em todas as criaturas, através das sensações instintivas de
simpatia ou antipatia com que se acolhem ou se repelem umas às outras, na
permuta incessante de radiações.
Pela
reflexão, cada Inteligência pressente, diante de outra, se está sendo
defrontada por alguém favorável ou não à direção nobre ou deprimente que
escolheu para a própria vida.
FUNÇÃO
DO PSICÔMETRA
Clareando
o assunto quanto possível, vamos encontrar no médium de psicometria a
individualidade que consegue desarticular, de maneira automática, a força
nervosa de certos núcleos, como, por exemplo, os da visão e da audição,
transferindo-lhes a potencialidade para as próprias oscilações mentais.
Efetuada
a transposição, temos a idéia de que o medianeiro possui olhos e ouvidos a
distância do envoltório denso, acrescendo, muitas vezes, a circunstância de que
tal sensitivo, por autodecisão, não apenas desassocia os agentes psíquicos dos
núcleos aludidos, mas também opera o desdobramento do corpo espiritual, em
processo rápido, acompanhando o mapa que se lhe traça às ações no espaço e no
tempo, com o que obtém, sem maiores embaraços, o montante de impressões e
informações para os fins que se tenha em vista.
INTERDEPENDÊNCIA
DO MÉDIUM
Como
em qualquer atividade coletiva entre os homens, é forçoso convir que médium
algum possa agir a sós, no plano complexo da psicometria.
Igualmente,
ai, o sensitivo está como peça interdependente no mecanismo da ação.
E
como é fartamente compreensível, se os companheiros desencontrados ou
encarnados da operação a realizar não guardam entre si os ascendentes da
harmonização necessária, claro está que a onda mental do instrumento mediúnico
somente em circunstâncias muito especiais não se deixará influenciar pelos
elementos discordantes, invalidando-se, desse modo, qualquer possibilidade de
êxito nos tentames empreendidos.
Nesse
campo, as formas-pensamentos adquirem fundamental importância, porque todo
objeto deliberadamente psicometrado já foi alvo de particularizada atenção.
Quem
apresenta ao psicômetra um pertence de antepassados, na maioria das vezes já
lhe invocou a memória e, com isso, quando não tenha atraído para o objeto o
interesse afetivo, no Plano Espiritual, terá desenhado mentalmente os seus
traços ou quadros alusivos as reminiscências de que disponha, estabelecendo,
assim, recursos de indução para que às percepções ultra-sensoriais do médium se
lhe coloquem no campo vibratório correspondente.
CASO
DE DESAPARECIMENTO
Noutro
aspecto, imaginemos que determinado objeto seja conduzido ao sensitivo para ser
psicometrado, com vistas a certos objetivos.
Para
clarear a asserção, suponhamos que uma pessoa acaba de desaparecer do quadro
doméstico, sem deixar vestígio.
Buscas
minuciosas são empreendidas sem resultado.
Lembra-se
alguém de tomar-lhe um dos pertences de uso pessoal. Um lenço por exemplo.
A
recordação é submetida a exame de um médium que reside à longa distância, sem
que informe algum lhe seja prestado.
O
médium recolhe-se e, a breve tempo, voltando da profunda introspecção a que se
entregou, descreve, com minúcias, a fisionomia e o caráter do proprietário,
reporta-se ao desaparecimento dele, explora sobre pequeninos incidentes em
torno do caso em lide, esclarece que o dono desencarnou, de repente, e informa
o local em que o cadáver permanece.
Verifica-se
a exatidão de todas as notas e, comumente, atribui-se ao psicômetra a autoria
integral da descoberta.
Entretanto,
analisado o episódio do Plano Espiritual, outras facetas ele revela à visão do
observador.
Desencarnado
o amigo a que aludimos, afeição que ele possua na esfera extrafísica
interessa-se em ajudá-lo, auxilio esse que os estende, naturalmente, à sua
equipe doméstica. Pensamentos agoniados daqueles que ficaram e pensamentos
ansiosos dos que residem na vanguarda do Espírito entrecruzam-se na procura
movimentada.
Alguém
sugere a remessa do lenço para investigações psicométricas e a solução aparece
coroada de êxito.
Os
encarnados vêem habitualmente apenas o sensitivo que entrou em função, mas se
esquecem, não raro, das Inteligências desencarnadas que se lhe incorporam à
onda mental, fornecendo-lhe todos os avisos e instruções, atinentes ao feito.
AGENTES
INDUZIDOS
Todos
os objetos e ambientes psicometrados são, quase sempre, francos mediadores entre a
esfera física e a esfera extrafísica, à maneira de agentes fortemente
induzidos, estabelecendo fatores de telementação entre os dois planos.
Nada
difícil, portanto, entender que, ainda aí prevalece o problema do merecimento e
da companhia.
Se
o consulente e o experimentador não se revestem de qualidades morais
respeitáveis para o encontro do melhor a obter, podem carrear à presença dos
sensitivos elementos desencarnados menos afins com a tarefa superior a que se
propõem, e, se o intermediário humano não está espiritualmente seguro, a
consulta ou a experiência resulta em fracasso perfeitamente compreensível.
Nossas
anotações, demonstrando o extenso campo da influenciação dos desencarnados, em
todas as ocorrências da psicometria, não excluem, como é natural, o
reconhecimento de que a matéria assinala sistemas de vibrações, criados pelos
contatos com os homens e com os seres inferiores da Natureza, possibilitando as
observações inabituais das pessoas dotadas de poderes sensoriais mais profundos,
como por exemplo, na visão, através de corpos Opacos, na clarividência e na Clariaudiência
telementadas, na apreensão críptica da sensibilidade e nos diversos recursos
radiestésicos que se filiam notadamente aos chamados fenômenos de telestesia.
(1)
Aurélio ensina ser frenologia a teoria que estuda o
caráter e as funções intelectuais humanas, baseando-se na conformação do
crânio.
Fontes: A Gênese – Mecanismos da Mediunidade > F C Xavier / André Luiz >
FEB – Nos Domínios
da Mediunidade – O Evangelho das
Recordações – O Sublime Peregrino – Web
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