terça-feira, 3 de julho de 2012

TEORIA - SONAMBULISMO - LE 425 - 439


Falar dos variados dons da alma não é fácil, pois ela é um mundo cheio de segredos, onde existe um imenso campo para ser estudado.
Sonho e sonambulismo têm muita relação; um é mais leve, outro mais profundo, mas, todos os dois são estados sérios que nos levam a pensar. O sonambulismo é um sonho mais profundo e, de certa forma, mais real, onde o Espírito se mostra livre, desarticulando o corpo nos seus impedimentos à visão da alma.
No estado sonambúlico, o Espírito se isola do corpo por meio da sua forte vontade e maturidade espiritual. Ele, pela ciência do pensar, retarda a circulação da força vital, como que a coagulando, sem perda para a sua volta ao corpo, o que, quando se dá, é na plenitude do silêncio. Não existe violência nessas operações. (web)

As citações enunciadas em Lucas e nos Atos dos Apóstolos, atestam o estado de adormecimento lúcido em que os sonâmbulos estagiavam:
  • Lc. 8:52 –  Todos choravam e lamentavam. Mas Jesus disse: “Não choreis. Ela não está morta, mas dorme”. (XXR)
  • At.9:40 – Pedro mandou todo o mundo sair. Em seguida, pôs-se de joelhos, a orar. Depois, voltou-se para a morta e disse: “Tabita, levanta-te!”. Ela abriu os olhos, viu Pedro e sentou-se. (XXR)
  • Já em II Coríntios, Paulo de Tarso nos afiança das possibilidades da viagem astral do “sujeito” às camadas vibracionais eterizadas:
  • II Cor.12:2 / 12:4 – Conheço um homem, em Cristo, que, há quatorze anos foi arrebatado até ao terceiro céu – se com corpo ou sem o corpo, não sei, Deus sabe. Sei que esse homem – se com o corpo ou sem o corpo, não sei, Deus sabe – foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis, que homem nenhum é capaz de falar. (XXR)
  • Allan Kardec, no Livro dos Espíritos abre novos horizontes sobre a questão com estas perguntas:
  •    Perg. 425: - O sonambulismo natural tem relação com os sonhos? Como se pode explicá-lo? (XXV)
É um estado de independência da alma, mais completo que o do sonho, e então as faculdades adquirem maior desenvolvimento. A alma tem percepções que não atinge no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito.
No sonambulismo, o Espírito está na posse total de si mesmo; os órgãos materiais, estando de qualquer forma em catalepsia, não recebem mais as impressões exteriores. Esse estado se manifesta, sobretudo durante o sono; é o momento em que o Espírito pode deixar provisoriamente o corpo, que se acha entregue ao repouso indispensável à matéria. Quando se produzem os fatos do sonambulismo, é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se entrega a alguma ação que exige o uso do seu corpo, do qual se serve como se empregasse uma mesa ou qualquer outro objeto material, nos fenômenos de manifestação física, ou mesmo da vossa mão, naquele das comunicações escritas. Nos sonhos de que se tem consciência, recebem imperfeitamente as impressões produzidas pelos objetos ou as causas exteriores, e as comunicam ao Espírito que, também se encontrando em repouso não percebe nenhuma razão de serem aparentes misturadas que estão de vagas recordações, seja desta existência, seja de existências anteriores. É, portanto fácil compreender porque os sonâmbulos não se lembram de nada e porque os sonhos de que se conserva a lembrança, na maioria das vezes não tem sentido. Digo na maioria das vezes, porque acontece também serem eles a conseqüência de uma lembrança precisa de acontecimentos de uma vida anterior, e algumas vezes, mesmo uma espécie de intuição do futuro.
A experiência mostra que os sonâmbulos recebem também comunicações de outros Espíritos, que lhes transmitem o que eles devem dizer e suprem a sua insuficiência.


·         – Perg. 439 – Qual a diferença entre o êxtase e o sonambulismo?
O êxtase é um sonambulismo mais apurado; a alma do extático é ainda mais independente. (XXV)

O êxtase é o Espírito com os seus plenos poderes, em comunicação direta com o mundo espiritual.
O estado de êxtase, que podemos chamar de auto-sonambulismo, é quando o Espírito toma-se livre, com as suas faculdades aguçadas, vendo e ouvindo o que a sua mente mais profunda determinar. Às vezes alcança com sua visão a audição onde os aparelhos não conseguem.
Os santos aprimoram suas faculdades, a história é testemunha. Não foi ganhando-as de alguém que eles as conquistaram. Foram, na realidade, passo a passo, subindo os caminhos dos calvários, sofrendo todas as agruras do tempo, todas as investidas dos problemas, todas as injúrias, para ascenderem livres das trevas do mundo, onde a ignorância domina. A humanidade está abeirando a maturidade espiritual. Compete a todos observarem o chamado, e a escolha da própria natureza e acompanhar Jesus onde Ele achar mais conveniente, dar as mãos ao Senhor nas lutas que poderão surgir por fora e por dentro, para que nasça nos corações o Cristo interno, força capaz de nos levar à felicidade.
Se quisermos aperfeiçoar as nossas faculdades, de sonambulismo, de êxtase e outras mais que poderão surgir em nossos caminhos, não nos esqueçamos do entendimento. Não devemos fazer-nos esquecidos do amor e da caridade, que são portas que nos mostram a vida em outras dimensões. Aí, adquiriremos a certeza absoluta da paz interna e das leis universais que nos garantem a tranqüilidade imperturbável no coração.



·           A consciência do ser possui a capacidade de fixar-se nos diferentes planos. Como, de modo geral, está acostumada a permanecer no físico, considera-se apenas um “corpo” com sensações, emoções e pensamentos; mas de tudo, a parte principal é o corpo físico. Ocorre, por vezes, todavia, que a criatura possui a capacidade de fixar sua consciência no corpo astral. E quando isso acontece, passa a perceber o que se passa nesse plano, mesmo enquanto encarnada. Quer nos comuns desprendimentos nas horas de sono quer voluntariamente desperta consegue ter consciência do corpo astral, chegando mesmo a levá-lo, pelo pensamento a lugares afastados do corpo físico. É o que alguns chamam “desprendimento” e outros “viagem astral” ou “projeção” do corpo astral. Por vezes tornam-se até visíveis a outras criaturas, em lugares distantes. Quando se dá esse fato, isso significa que o corpo astral dessa criatura adquiriu facilidade em desprender-se do físico, ou seja, em retirar do envoltório denso, a forma mais sutil como se descalçasse uma luva. No entanto, preso ao físico permanece3 o duplo etérico, transmissor da vida sustentando-lhe as funções subconscientes da respiração, digestão, circulação, etc. O corpo astral que se retira, permanece ligado ao físico (ou etérico) por um “cordão” fluídico ductilíssimo, cinzento-prateado à luz do dia, e com luminosidade opalescente na escuridão da noite. Pode adaptar a qualquer comprimento, não se desligando mesmo quanto às distâncias são incalculáveis (CXC 90 / 91).
  •    No sonambulismo, o Espírito está na posse total de si mesmo; os órgãos materiais, estando de qualquer forma em catalepsia, não recebem mais as impressões exteriores. É um estado de independência da alma, mais completo que o do sonho, e então as faculdades adquirem maior desenvolvimento. A alma tem percepções que não atinge no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito. (XXV)
  •    O fenômeno do sonambulismo natural se produz espontaneamente e independem de qualquer causa exterior conhecida; mas, entre algumas pessoas, dotadas de organização especial podem ser provocadas artificialmente, pela ação do agente magnético (XXV 212 / 16).
  •    O sonambulismo magnético é a mesma coisa que o sonambulismo natural, com a diferença de ser provocado. (XXV)
  •    Sonambulismo magnético ou artificial é aquele que é provocado pela ação que uma pessoa exerce em outra por meio do fluido magnético que derrama nesta. (XHR 40)
  •    O médium em concentração, principalmente os que são de desdobramento, sonambúlicos, merecem toda atenção por parte de todos os presentes em reuniões mediúnicas. Os que são despertados com violência poderão sofrer acidentes graves pelo choque vibratório e chegar mesmo a desencarnar, em virtude de inibição das forças magnéticas que mantêm o tônus vital orgânico. Quando isso não aconteça poderá sofrer, entretanto, queda de pressão sanguínea; outras desordens aparecerão pondo o médium em desequilíbrio, ainda que seja por alguns dias (XIE 157:3 / 157:10).
  •    O sonambulismo pode ser considerado como uma variante da faculdade mediúnica, ou para melhor dizer, são duas ordens de fenômenos que se encontram muito frequentemente reunidas. O sonâmbulo age sob a influência de seu próprio Espírito; é a sua alma que, no momento da emancipação, vê, ouve e percebe fora dos limites dos sentidos; o que ele exprime, ele tira de si mesmo; suas idéias são em geral mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais extensos, porque sua alma está livre; em suma, ele vive por antecipação a vida dos Espíritos. O médium, ao contrário, é o instrumento de uma inteligência estranha; ele é passivo, e o que ele diz não provém dele. Em resumo, o sonâmbulo exprime seu próprio pensamento, e o médium o de um outro. Mas o Espírito que se comunica por um médium comum pode muito bem fazê-lo por um sonâmbulo; frequentemente mesmo o estado de emancipação da alma, durante o sonambulismo torna esta comunicação muito fácil. (XXE)
  •    Muitos contestaram durante muito tempo a lucidez sonambúlica; é que, com efeito, essa faculdade veio confundir todas as noções que se tinha sobre a percepção das coisas do mundo exterior, e, todavia, desde há muito tempo tinha-se o exemplo dos sonâmbulos naturais, que gozam de faculdades análogas e que, por um contraste bizarro, jamais se procurou aprofundar. (CXV 313 / 315)
  •    Há duas espécies de manifestações sonambúlicas: uma em que é um espírito desencarnado que se manifesta. Outra em que é o próprio espírito do médium que entra em contato com os desencarnados e transmite o que eles querem dizer. Os médiuns inconscientes são raros. (XVR 14:5 / 10)
  •    No estado de desprendimento em que se encontra o Espírito do sonâmbulo, entra ele em comunicação mais fácil com os outros Espíritos, encarnados ou não. (XXV 212 / 16)
  •    O sonâmbulo vê em toda parte a que sua alma possa transportar-se, qualquer que seja à distância. Ele não vê as coisas do lugar em que se encontra o seu corpo, à semelhança de um efeito telescópico. Ele as vê presentes, como se estivesse no lugar em que elas existem, porque a sua alma lá se encontra realmente. (XXV 212 / 16)
  •    Muitas vezes as pessoas dotadas da faculdade de predição, em estado extático ou sonambúlico, vêem os acontecimentos se delinearem como num quadro. Isso também poderia ser explicado pela fotografia do pensamento. (XET 346 it 7)
  •    O poder de lucidez sonambúlica não é indefinido. O Espírito mesmo completamente livre é limitado em suas faculdades e em seus conhecimentos, segundo o grau de perfeição que tenha atingido; e é mais inda, quando ligado à matéria, da qual sofre a influência. Essa a causa por que a clarividência sonambúlica não é universal nem infalível. E tanto menos se pode contar com a sua infalibilidade, quanto mais a desviem do fim proposto pela natureza e transformado em objeto de curiosidade e de experimentação (XXV 212 / 16).
  •    O perispírito é o traço de união entre a vida corporal e a vida espiritual; é através dele que o Espírito encarnado está em contínua relação com os Espíritos; é através dele, enfim, que se produzem no homem fenômenos especiais, cuja causa primária não está absolutamente na matéria tangível e que, por esta razão, têm a aparência de sobrenaturais (XET 278 it 22).
  •    Na pós-morte, a dúvida da morte é muito comum entre as pessoas falecidas há pouco, e, sobretudo, naqueles que, durante sua vida, não elevaram sua alma acima da matéria. É um fenômeno bizarro à primeira vista, mas que se explica muito naturalmente. Se a um indivíduo posto em sonambulismo pela primeira vez, perguntar-se se ele dorme, responderá quase sempre que não, e essa resposta é lógica: foi o interrogador que colocou mal a pergunta em se servindo de uma palavra imprópria. A idéia de sono, em nossa linguagem usual, está ligada à da suspensão de todas as nossas faculdades sensitivas; ora, o sonâmbulo que pensa e vê, que tem consciência de sua liberdade moral, não crê dormir e, com efeito, não dorme, na acepção vulgar da palavra. Por isso, responderá não até que esteja familiarizado com essa nova maneira de entender as coisas. (CXV 168 / 168)
Fonte de Pesquisas: – A Gênese – A Mediunidade Sem Lágrimas – Bíblia Sagrada – O Livro dos Espíritos – O Livro dos Médiuns – Passes e Curas Espirituais –Técnicas da Mediunidade – Revista Espírita – Web

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