domingo, 16 de setembro de 2012

ACONTECEU <> DUPLA OBSESSÃO

 FALO DO QUE SEI, DO QUE VI E DO QUE FIZ

Embora tudo pareça igual, vimos aprendendo que há semelhança e não igualdade. Não há dois nascimentos iguais, duas mortes idênticas, duas obsessões... etc. O que vou descrever ocorreu em sessão regular desobsessiva, nas dependências do Centro Espírita Amor e Fraternidade – CEAF.
Paulo foi a quarta pessoa a ser atendida pela equipe, naquela tarde. A sessão teve duração de aproximadamente uma hora e foi exaustiva, em todos os sentidos: material e espiritual.
Começou relatando suas angustias e ansiedades. Já havia passado por várias desobsessões e ali estava aproveitando a visita que fazia a familiares em nossa cidade. Dos atendimentos recebidos sentia-se agradecido mas, impossibilitado de participar ativamente de reuniões mediunicas, devido sua movimentação profissional pelo País. Dentre as assistências recebidas, nos lembramos dele ter mencionado as cidades de Uberaba, no estado de Minas Gerais; Santos e São Paulo, em nosso estado.
Sob o ângulo da clarividência, observamos ao seu lado um Índio de estatura regular, forte porte físico e um pequeno cocar na cabeça. Atento e sob o prisma que se nos oferecia a observação, sugestivamente, ocorreu-nos a possibilidade de Paulo estar em estado de emancipação da alma, como disse Allan Kardec. (1) Antes que tivéssemos oportunidade de melhor avaliação, o indígena começou a se manifestar com uma linguagem para nós desconhecida, contudo, não se mostrava agressivo, porém relutante as admoestações.
Tecnicamente, a situação nos indicava uma providência rotineira: que ele se manifestasse por um médium desenvolvido e disciplinado. Não nos fizemos esperar e pedimos a uma de nossas Confreiras que se predispusesse a tal, usando de sua capacidade sonambúlica. Incontinenti, então, o intercâmbio mediunico  se mostrou adequado a nossa rotina e com maiores possibilidades de expresão ao manifestante. (2)
De início, o obsessor mostrou-se preocupado e confessou já ter sido “afastado” algumas vezes do seu afeto; demos-lhe a certeza de que não era essa nossa pretensão. Por sugestão dos Mentores espirituais que nos assistem, propusemos a ele uma regressão ao tempo, ao que prontamente concordou, pois lhe espirávamos confiança. Na trilha da regressão, na encarnação precedente,  também, o sentimos como índio. Em mais um passo regressivo, o localizamos no século XVI como jesuíta e catequizador. Dessa remota vida concluímos suas possibilidades morais e intelectuais e, por ter renascido como selvagem, a perda da identificação, por amor ao próximo.
Como sua lucidez então permitia, perguntamos-lhe das razões de sua presença com Paulo. Sua resposta, conquanto crediticia foi evasiva, porém,  nos deu a certeza de que ali estava por um estado afetivo não esclarecido e não como obsessor. Silencia a entidade e, novamente nos socorreram nossos Mentores esclarecendo que juntos estavam para um crescimento espiritual, tão logo Paulo se conscientizasse das suas responsabilidades espirituais. Reconcientizado de suas possibilidades pelos valores adquiridos em vidas pregressas, sentiu-se feliz ao saber que nossa equipe não recomendava seu afastamento, mas, juntamente com aquele que acompanhava um novo rumo: o do crescimento espiritual.  
Ainda o orientávamos quando Paulo, novamente, foi envolvido por uma outra entidade que, em tom bem claro e preciso, nos ameaçava. Com apoio da equipe espiritual o adormecemos e, como pressentíamos, uma outra entidade tomou-lhe o lugar, dando sequencia aquela manifestação de ameaças e intimidações.
A ocorrência era com certeza de uma obsessão à distância, uma vez que não víamos, desta vez, o espírito. Mantivemos em curso o diálogo com o novo manifestante e procurando Paulo pelo “cordão prateado(3) o localizamos em uma caverna, recluso. De lá se manifestava o obsessor.
Como esperávamos, fomos levados à presença do Espírito Líder da Colônia. Surpreso, não preocupado, nos perguntava como chegáramos até ali. Atento a sua curiosidade, nos dispusemos ao diálogo sob condições, a de que usássemos da psicofonia de uma das nossas médiuns, no mesmo sistema da qual o faziam com Paulo. Fomos atendidos e novamente lá se achegou nossa confreira em estado de sonambulismo. Desnecessário dizer que ambas as equipes material e espiritual continuavam alertas e em prece.
Sua maior curiosidade: como chegáramos até ele. Não havia porque mentir, uma vez que pela sua capacidade apenas queria confirmação. Prontamente dissemos: seguindo o cordão prateado.
Perspicaz de sua parte, disse-me ele, pois até hoje chegavam somente até o índio.
Estávamos tranqüilos, pois em todo o tempo a Equipe Gloria (4) estava ao nosso redor e aguardavam somente o desfecho final para, tornando-se mais densos, agirem.
Diante da pressuposta segurança que teria, despeja o Líder da Colônia das Trevas toda sua ira contra mim e nossa médium, ultimando aos seus medidas corretivas. Diante dessa manifestação, nosso irmão André, líder da equipe espiritual se interpõem e as suas ordens tomam conta do ambiente.  Simultaneamente, pelo lado de fora, Irmão Romualdo, líder da equipe espiritual mais materializada (5) providencia a operação de rescaldo.
Finda a ação, dando graças a Deus e manifestando nossa gratidão aos protetores espirituais, retornamos ao corpo físico e após retirarmos aparelhos espirituais que estavam inseridos em Paulo, o conscientizamos da necessidade de melhor entender sua mediunidade. Aconselhamos o desenvolvimento sonambúlico.




1)       Emancipação da Alma - Esse estado se manifesta principalmente no fenômeno dos sonhos, da soniloquia, da dupla vista, do sonambulismo natural ou magnético e do êxtase. (Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita).
2)       As manifestações psicofonicas ocorrem pela sintonização das auras, seja no médium de psicofonia, de desdobramentos, sonambúlicos, etc.
3)       Cordão prateado – A Alma não deixa inteiramente o corpo, ao qual está sempre ligada por um laço que é o condutor das sensações. – (LE – Pergunta 437)
4)       Equipe Gloria – Equipe espiritual que nos dá o suporte aos trabalhos. É composta por espíritos menos materializados. Aos olhos e sensibilidade da grande maioria espiritual e material, tornam-se invisíveis.
5)       Legião do Divino Espírito Santo – Equipe materialmente tangível aos olhos e sentidos dos mais materializados. Tem nos acompanhado permanentemente e recorrem a Equipe Gloria quando necessário.


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