Tenho aprendido, ao longo da prática mediúnica, que a rotina
laboriosa nos traz muitos recursos para melhor adequação e expressão da
sensibilidade operativa.
A farta literatura espírita, abordando todas as entranhas e
labirintos que mesclam na espiritualidade, nos favorece sempre à plausível
interpretação clarividente, como, também, aos colóquios clariaudientes, ou suaves
concertos de mente à mente.
A estas faculdades, mecanismo de se conhecer de um modo imediato a
origem e as sensações vibratórias dos espíritos, o sensitivo deve agregar nas suas observações o bom senso ou
ter discernimento correto para julgar ou
raciocinar em cada caso. A paciência, a prudência e a perseverança têm
consolidado o caráter cauteloso de muitos médiuns.
Comumente temos recebido em nossa modesta Casa Espírita
recorrentes angustiados, confusos ante toda sorte de comentários que tenham
sido protagonista, quer dentro da própria doutrina ou em outros círculos.
O relato que se segue não faz parte dessa estatística,
contudo, teria tudo para ser mais uma ocorrência sugestiva à falsas interpretações.
Adriana, jovem de mais ou menos 25 anos, esbanjando saúde e
beleza, tez de fazer inveja a banhistas praianas, cabelos lisos e longos, estava
pela primeira vez à nossa frente e viera de um município distante mais ou menos
50 km.
Relatou-nos ter sofrido um acidente há mais ou menos 5 anos;
ter fraturado o pé direito e sofrido uma intervenção cirúrgica. Apesar do sucesso da operação, sofria fortes
dores ao andar e que não obtivera resultado pelas providencias que até então
fizera, no plano material. Nossa assistência resumiu-se numa rápida intervenção
médico-espiritual para a resolução do problema; fato por ela confirmado.
Mas, o nosso relato não se prende a esta rotina e sim ao
campo da mediunidade, que Adriana desconhecia. A nosso pedido, ao transmitirmos
um "passe"
ela se nos mostrou acessível ao sonambulismo magnético.
Materialmente viera só, mas espiritualmente acompanhada. Ao
seu lado vislumbramos uma "entidade" com vestimentas
e caracteres fisiológicos de uma silvícola. Aparentava mais ou menos 60 anos.
A clariaudiência nos favoreceu e a "entidade",
explicando-nos a razão da sua presença e exaltando seus sentimentos, disse-nos
ter sido Avó de Adriana.
Dúvidas não nos ocorreram ante a sinceridade daquela nossa
irmã desencarnada, contudo, a bem da prudência, principiamos um diálogo com Adriana, uma
espécie de preâmbulo enfocando a nossa constatação. Interessante dizer que
Adriana em nenhum momento falou-nos de suas origens, embora tivesse tido
oportunidade. Demos curso ao que nos sugeria a situação.
– Adriana, vamos descrever os caracteres de um ser
espiritual que esta ao teu lado.
Apresenta-se com trajes e caracteres indígenas e disse-nos ter sido sua
Avó em vida.
Surpreendida, forte comoção toma conta de Adriana e com lágrimas de emoção
confirma: sim, a Avó que desencarnara quando ela ainda era criança, procedia de
origem indígena.
Como, no ensaio que acima mencionamos, já havíamos constatado as possibilidades e atributos mediúnicos de Adriana, por
indução magnética a levamos novamente ao sonambulismo e, concomitantemente, sugerimos que
"partisse
para um abraço".
Em estado de emancipação da alma, como ensina Kardec, acompanhamos o reencontro espiritual. Adriana
sentia toda extensão amorosa da Avó, enquanto pelo seu corpo físico vertia lágrimas
dessa emoção.
Este relato sugere-nos uma proposição.
Ainda que, vislumbrada por uma simples manifestação de
vidência, ou mesmo de clarividência, como o sensitivo desavisado poderia
imaginar a presença da Avó, em Relação de Equivalência:
Sugestões:
a) obsessor – b) entidade de culto-afro-brasileiro – c) etc.
a) obsessor – b) entidade de culto-afro-brasileiro – c) etc.
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