“Pois, anunciar o Evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma
necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho! Se eu o
fizesse por iniciativa minha, teria direito a uma recompensa. Mas, se o faço
por imposição, trata-se de uma incumbência a mim confiada. Então, qual é a
minha recompensa? Ela está no fato de eu anunciar o Evangelho gratuitamente,
sem fazer uso do direito que o Evangelho me confere.” I Cor. 9:15 / 9:27
Hoje,
nossa apreciação se prende ao Centro Espírita. Embora, fisicamente, sua
estrutura possa se resumir a algumas paredes, nossa imaginação não deve ficar circunscrito
a elas, pois do lado espiritual existe a "construção" de uma energia mental que os
desencarnados não podem atravessar, sem a devida autorização. Por isso muitos desencarnados julgam-se
presos ou impedidos da livre circulação.
No dia a dia, as sessões espíritas bem orientadas nos proporcionam quatro espécies de
assistência: a social, a intelectual, a moral e a religiosa. Assistência Social: tratando dos
obsedados; esclarecendo os espíritos atrasados que gravitam na atmosfera de
nosso planeta; e indicando aos enfermos a cura espiritual de seus males. Assistência Intelectual: pelos
inúmeros problemas que apresentam, as sessões espíritas aguçam nossa
curiosidade e nos obrigam ao estudo das grandes leis de relação entre o nosso
plano e o dos espíritos, promovendo assim o desenvolvimento de nossa
inteligência e aumentando nosso saber. Assistência
Moral: As explicações da Moral Cristã e sua aplicação em nossa vida
diária melhoram nosso comportamento e nos tornam cidadoas conscientes de nossos
deveres e libertos de vícios. Assistência
Religiosa: pelo lado religioso, as sessões espíritas nos ensinam o meio
mais rápido e fácil de nos aproximarmos do Pai e a ele nos ligam pelos
sentimentos que despertam em nosso íntimo.
As
reuniões de estudo e de desenvolvimento de médiuns são utilíssimas: mostram-nos
os diversos aspectos do mundo espiritual e a posição em que lá se encontra
grande número de espíritos. Revelam-nos várias leis que regem os dois mundos: o
espiritual e o material e a relação que há entre os dois planos da natureza universal.
Permitem-nos também que empreguemos uma parcela de nossos esforços na melhoria
espiritual de nosso planeta, dando-nos a sublime oportunidade de trabalharmos
para o levantamento moral de nossos irmãos ignorantes.
Já
uma reunião mediúnica perfeita seria aquela cujos membros, todos animados de um
igual amor ao bem, trouxessem consigo apenas bons Espíritos; na falta de
perfeição, a melhor seria aquela onde o bem superasse o mal. O recolhimento e a
comunhão de pensamentos sendo as condições essenciais de toda reunião séria,
compreende-se que um muito grande número de assistentes deve ser uma das mais
contrárias causas da homogeneidade. Certamente não há limite absoluto a este
número e concebe-se que cem pessoas,
suficientemente recolhidas e atentas, estarão em melhores condições do que dez
que estiverem distraídas e barulhentas; mas é evidente também que quanto maior
é o número , mais estas condições são difíceis de preencher. É, alias um fato
provado pela experiência que os pequenos círculos íntimos são sempre mais
favoráveis às boas condições e isto pelos motivos que desenvolvemos.
Em
resumo, as condições do meio serão tanto melhores quando houver de mais
homogeneidade para o bem, ou sejam: mais sentimentos puros e elevados, mais desejo sincero
de se instruir e sem segunda intenção.
Oportuno
dizer que muitos grupos ao se reunirem constantemente em uma residência, constituem,
conseqüentemente, um Centro Espírita domiciliar; isso pode parecer bom num
primeiro momento. Todavia, por mais que os bons amigos invisíveis possam
envolver a todos em uma atmosfera de elevação, nem sempre as próprias pessoas
desejam se manter elevadas.
Além
disso, quando as pessoas vão a um Centro Espírita, depois da reunião elas se
afastam, mas os Espíritos necessitados que lá foram internados por algum motivo
sério permanecem para a continuidade do tratamento. No entanto, quando o Centro
Espírita se confunde com o lar físico das pessoas, tais Espíritos além de não encontrar um ambiente de neutralidade indispensável para a sua recuperação, mantem-se
imantados aos médiuns, sensitivos e participantes da reunião; razão pela qual
não é aconselhável fazer reuniões mediúnicas nos lares.
Esta
situação poderá ocorrer por: 1) o favorecimento do intercâmbio atrairá para o
ambiente da casa mais espíritos do que usualmente e nem todos serão
equilibrados ou benévolos; 2) alguns deles poderão permanecer no ambiente mesmo
depois de encerrada a reunião, por assim o desejarem ou por haverem ficado
imantados fluidicamente; 3) nem todas as pessoas que ali residem estarão
preparadas e vigilantes para receberem a influência mental e fluídica desses
espíritos sem se perturbarem; 4) poderá haver graves problemas de desequilíbrio
espiritual na família.
Diferente
é o caso da reunião familiar destinada à oração singela e sincera: O Evangelho
no Lar.
Um
Centro Espírita é uma escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e
recolher-lhe as graças, aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na caminhada
eterna. Têm como objetivo promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina
Espírita, atendendo as pessoas que: a) buscam esclarecimento, orientação e
amparo para seus problemas espirituais, morais e materiais; b) querem conhecer
e estudar a Doutrina Espírita; c) querem trabalhar, colaborar e servir em
qualquer área de ação que a prática espírita oferece.
Fundamentalmente,
a Doutrina Espírita trafega por um tríplice aspecto: filosófico, científico e
religioso. Assim, cada Centro Espírita estará mais envolvido com um desses
aspectos, o que fundamentalmente favorece a quem procura inconscientemente uma
acomodação de acordo com a sua afinidade e vivência no astral. Qualquer menção,
forçosamente, envolverá suas atividades, seus colaboradores e suas
mediunidades, sua assistência material e espiritual, os espíritos e suas
generalidades. Nenhum de nós que serve, embora com a simples presença, a uma
instituição dessa natureza, deve esquecer a dignidade do encargo recebido e a
elevação do sacerdócio que nos cabe.
O
ensejo de conhecer, iluminar, contribuir, criar e auxiliar, que um Centro
Espírita nos faculta, procede invariavelmente de algum ato de amor ou de alguma
sementeira de simpatia que nosso espírito, ainda não burilado, deixou à
distância, no pretérito escuro que até agora não resgatamos de todo.
Kardec
diz com muita propriedade na questão 685 de O Livro dos Espíritos: “(...) Esse
elemento que é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral
(...) que pode servir para enfrentar a crueldade e a imprevidência. Antigamente,
por um bom período, foi considerado que educar era instruir. A educação, hoje
tem abrangência maior – não é apenas instrução. Hoje, educar é instruir e criar
hábitos, hábitos saudáveis, convenientemente moralizadores. A nós nos cabe essa
tarefa da educação como primordial. As nossas reuniões são de educação moral,
de educação espiritual, de criação de novos hábitos, qual o hábito da
fraternidade, o hábito do perdão, que hoje é terapia. O perdão, durante muito
tempo, foi uma proposta evangélica da teologia. Fazia parte das doutrinas e das
virtudes teologais. Hoje, o perdão é terapêutico. Quem perdoa é saudável, quem
não perdoa gera moléculas que agridem o sistema imunológico..
O
Centro Espírita será o que dele fizerem os homens, seguidores da Doutrina, que
precisam estar sempre atentos aos seus princípios. Ora, se no seio de vasta
família humana encontramos homem dignos, íntegros, corretos, e também homens
levianos, falsos, até mesmo perversos, é claro que a população espiritual não
seria constituída de uma só modalidade de Espíritos. Tanto como entre os homens
há aqueles que se esforçam por melhoria, e outros que se comprazem em suas
maldades, o mesmo se dá no plano espiritual.
A morte não significa passaporte para o céu,
numa santificação obtida por favoritismo. Nem nos abre as portas para o
conhecimento de todas as coisas. Importa a cada um trabalhar – e trabalhar
muito – aqui e no além túmulo, em prol deste seu crescimento espiritual e moral
Poderíamos
figurar o Centro Espírita como uma célula da grande Universidade do Espírito,
cujo programa vai se ampliando sempre com novos conhecimentos.
A
gênese do Centro Espírita bem orientado, voltado ao bem, está na
Espiritualidade Superior. Seus obreiros dedicados tomam compromissos devem servir,
seja antes da reencarnação, seja no decorrer da vida carnal. Todos estão
sujeitos a transvios e enganos leves ou sérios, sob as influências da
materialidade da vida e de injunções espirituais de toda ordem.
O Centro Espírita, por sua natureza, por suas
finalidades e por seu desempenho, é sempre alvo das tentativas da
espiritualidade inferior de desviá-lo de seu roteiro normal. Urge, portando,
que não se descuide diante dos ataques constantes dos aborrecidos. A
vigilância, tanto individual quanto coletiva, é dever de todos os trabalhadores
do Centro.
Muitas
são as literaturas sobre este apêndice, contudo acreditamos que a ilustração a
seguir melhor particularizará o assunto: Abel, nobre Mentor Espiritual, no livro A Faxina, enfatiza ao aprendiz Marcelo, estarem dezesseis Centros Espíritas catalogados na esfera espiritual para o programa
assistencial na matéria. Afirmava à Marcelo ter novecentos necessitados inscritos par imediato socorro. Isto daria
uma média de cinqüenta e sete assistidos por núcleo, com uma projeção estimada de aproximadamente sete assistências semanais; o que demandaria apenas oito
semanas para realização do trabalho assistencial.
"Agora
veja você, enfatiza Abel, quatro Centros estão nas mãos de falanges contrárias ao trabalho do
bem. Através das obsessões diretas, os seus trabalhadores tornaram-se presas da
vaidade e inviabilizam toda qualquer tarefa assistencial.
Dois
Centros estão sob o comando do personalismo, são brigas freqüentes entres seus
participantes, muito embora todos sustentem tais dissensões em nome da
fraternidade e da sobrevivência do grupo e, neste momento, estão também
inviáveis às nossas necessidades.
Três
Centros Espíritas descuidaram-se totalmente do Evangelho de Jesus e vivem
áridas disputas filosóficas e científicas que, apesar de terem muito valos nos
processos do amadurecimento do pensamento de grupo não se enquadram no perfil de
nossas necessidades, uma vez que para a finalidade a que nos propomos,
precisamos de muito amor, e nenhuma fonte é mais pródiga em amor do que as
reuniões de trato evangélico.
Quatro
Centros estão plenamente aptos a assumirem os nossos programas e daí temos que
contar com os recursos que possuímos, a tarefa que seria concluída numa média
de oito semanas passa a ter a duração aproximada de trinta e três semanas.”
Parece
até que foi ontem, mas depois de quase quatro décadas as palavras do nobre
Mentor Roberto desperta em minha mente a necessidade da oração e da vigilância.
Suas palavras soam forte em minha consciência: Se algo te atinge, suba mais
alto!
Pode
não ter feito tanto sentido naquela época, mas a literatura presente nos leva a
uma profunda reflexão: “ O homem, consciente de seus deveres morais e
verdadiramente honrado, não deve incubar em seu íntimo a víbora do ciúme e dos
desejos impuros, pois, quem não a repele a tempo está pactuando com os
adversários da própria alma.”
Urge,
portando, que não se descuide diante dos ataques constantes dos aborrecidos. A
vigilância, tanto individual quanto coletiva, é dever de todos os trabalhadores
do Centro.
“Foi
por razões semelhantes que Jesus em Getsemani orou e vigiou por três vezes e
recomendou: “Vigiai e orai, para não
cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” Mt. 26:41
Fontes: –
A Faxina – A Mediunidade Sem Lágrimas – A Verdade de Cada Um – Almas
Crucificadas – Bíblia Sagrada - Despedindo-se da Terra – O Livro dos Médiuns – Reuniões
Mediúnicas – Violetas na Janela – Web
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