quinta-feira, 18 de setembro de 2014

TEORIA - CENTRO ESPIRITA > ESCOLA ESPIRITUAL


Pois, anunciar o Evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho! Se eu o fizesse por iniciativa minha, teria direito a uma recompensa. Mas, se o faço por imposição, trata-se de uma incumbência a mim confiada. Então, qual é a minha recompensa? Ela está no fato de eu anunciar o Evangelho gratuitamente, sem fazer uso do direito que o Evangelho me confere.”                                                                                                                                                                                    I Cor. 9:15 / 9:27                                                                                                                                                                                                            

Hoje, nossa apreciação se prende ao Centro Espírita. Embora, fisicamente, sua estrutura possa se resumir a algumas paredes, nossa imaginação não deve ficar circunscrito a elas, pois do lado espiritual existe a "construção" de uma energia mental que os desencarnados não podem atravessar, sem a devida autorização. Por isso muitos desencarnados julgam-se presos ou impedidos da livre circulação.
No dia a dia, as sessões espíritas bem orientadas nos proporcionam quatro espécies de assistência: a social, a intelectual, a moral e a religiosa. Assistência Social: tratando dos obsedados; esclarecendo os espíritos atrasados que gravitam na atmosfera de nosso planeta; e indicando aos enfermos a cura espiritual de seus males. Assistência Intelectual: pelos inúmeros problemas que apresentam, as sessões espíritas aguçam nossa curiosidade e nos obrigam ao estudo das grandes leis de relação entre o nosso plano e o dos espíritos, promovendo assim o desenvolvimento de nossa inteligência e aumentando nosso saber. Assistência Moral: As explicações da Moral Cristã e sua aplicação em nossa vida diária melhoram nosso comportamento e nos tornam cidadoas conscientes de nossos deveres e libertos de vícios. Assistência Religiosa: pelo lado religioso, as sessões espíritas nos ensinam o meio mais rápido e fácil de nos aproximarmos do Pai e a ele nos ligam pelos sentimentos que despertam em nosso íntimo.
As reuniões de estudo e de desenvolvimento de médiuns são utilíssimas: mostram-nos os diversos aspectos do mundo espiritual e a posição em que lá se encontra grande número de espíritos. Revelam-nos várias leis que regem os dois mundos: o espiritual e o material e a relação que há entre os dois planos da natureza universal. Permitem-nos também que empreguemos uma parcela de nossos esforços na melhoria espiritual de nosso planeta, dando-nos a sublime oportunidade de trabalharmos para o levantamento moral de nossos irmãos ignorantes.
Já uma reunião mediúnica perfeita seria aquela cujos membros, todos animados de um igual amor ao bem, trouxessem consigo apenas bons Espíritos; na falta de perfeição, a melhor seria aquela onde o bem superasse o mal. O recolhimento e a comunhão de pensamentos sendo as condições essenciais de toda reunião séria, compreende-se que um muito grande número de assistentes deve ser uma das mais contrárias causas da homogeneidade. Certamente não há limite absoluto a este número e concebe-se que  cem pessoas, suficientemente recolhidas e atentas, estarão em melhores condições do que dez que estiverem distraídas e barulhentas; mas é evidente também que quanto maior é o número , mais estas condições são difíceis de preencher. É, alias um fato provado pela experiência que os pequenos círculos íntimos são sempre mais favoráveis às boas condições e isto pelos motivos que desenvolvemos.
Em resumo, as condições do meio serão tanto melhores quando houver de mais homogeneidade para o bem, ou sejam: mais sentimentos puros e elevados,  mais desejo sincero de se instruir e sem segunda intenção.
Oportuno dizer que muitos grupos ao se reunirem constantemente em uma residência, constituem, conseqüentemente, um Centro Espírita domiciliar; isso pode parecer bom num primeiro momento. Todavia, por mais que os bons amigos invisíveis possam envolver a todos em uma atmosfera de elevação, nem sempre as próprias pessoas desejam se manter elevadas.
Além disso, quando as pessoas vão a um Centro Espírita, depois da reunião elas se afastam, mas os Espíritos necessitados que lá foram internados por algum motivo sério permanecem para a continuidade do tratamento. No entanto, quando o Centro Espírita se confunde com o lar físico das pessoas, tais Espíritos além de não encontrar um ambiente de neutralidade indispensável para a sua recuperação, mantem-se imantados aos médiuns, sensitivos e participantes da reunião; razão pela qual não é aconselhável fazer reuniões mediúnicas nos lares.
Esta situação poderá ocorrer por: 1) o favorecimento do intercâmbio atrairá para o ambiente da casa mais espíritos do que usualmente e nem todos serão equilibrados ou benévolos; 2) alguns deles poderão permanecer no ambiente mesmo depois de encerrada a reunião, por assim o desejarem ou por haverem ficado imantados fluidicamente; 3) nem todas as pessoas que ali residem estarão preparadas e vigilantes para receberem a influência mental e fluídica desses espíritos sem se perturbarem; 4) poderá haver graves problemas de desequilíbrio espiritual na família.
Diferente é o caso da reunião familiar destinada à oração singela e sincera: O Evangelho no Lar.
Um Centro Espírita é uma escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graças, aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na caminhada eterna. Têm como objetivo promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita, atendendo as pessoas que: a) buscam esclarecimento, orientação e amparo para seus problemas espirituais, morais e materiais; b) querem conhecer e estudar a Doutrina Espírita; c) querem trabalhar, colaborar e servir em qualquer área de ação que a prática espírita oferece.
Fundamentalmente, a Doutrina Espírita trafega por um tríplice aspecto: filosófico, científico e religioso. Assim, cada Centro Espírita estará mais envolvido com um desses aspectos, o que fundamentalmente favorece a quem procura inconscientemente uma acomodação de acordo com a sua afinidade e vivência no astral. Qualquer menção, forçosamente, envolverá suas atividades, seus colaboradores e suas mediunidades, sua assistência material e espiritual, os espíritos e suas generalidades. Nenhum de nós que serve, embora com a simples presença, a uma instituição dessa natureza, deve esquecer a dignidade do encargo recebido e a elevação do sacerdócio que nos cabe.
O ensejo de conhecer, iluminar, contribuir, criar e auxiliar, que um Centro Espírita nos faculta, procede invariavelmente de algum ato de amor ou de alguma sementeira de simpatia que nosso espírito, ainda não burilado, deixou à distância, no pretérito escuro que até agora não resgatamos de todo.
Kardec diz com muita propriedade na questão 685 de O Livro dos Espíritos: “(...) Esse elemento que é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral (...) que pode servir para enfrentar a crueldade e a imprevidência. Antigamente, por um bom período, foi considerado que educar era instruir. A educação, hoje tem abrangência maior – não é apenas instrução. Hoje, educar é instruir e criar hábitos, hábitos saudáveis, convenientemente moralizadores. A nós nos cabe essa tarefa da educação como primordial. As nossas reuniões são de educação moral, de educação espiritual, de criação de novos hábitos, qual o hábito da fraternidade, o hábito do perdão, que hoje é terapia. O perdão, durante muito tempo, foi uma proposta evangélica da teologia. Fazia parte das doutrinas e das virtudes teologais. Hoje, o perdão é terapêutico. Quem perdoa é saudável, quem não perdoa gera moléculas que agridem o sistema imunológico..
O Centro Espírita será o que dele fizerem os homens, seguidores da Doutrina, que precisam estar sempre atentos aos seus princípios. Ora, se no seio de vasta família humana encontramos homem dignos, íntegros, corretos, e também homens levianos, falsos, até mesmo perversos, é claro que a população espiritual não seria constituída de uma só modalidade de Espíritos. Tanto como entre os homens há aqueles que se esforçam por melhoria, e outros que se comprazem em suas maldades, o mesmo se dá no plano espiritual.
 A morte não significa passaporte para o céu, numa santificação obtida por favoritismo. Nem nos abre as portas para o conhecimento de todas as coisas. Importa a cada um trabalhar – e trabalhar muito – aqui e no além túmulo, em prol deste seu crescimento espiritual e moral
Poderíamos figurar o Centro Espírita como uma célula da grande Universidade do Espírito, cujo programa vai se ampliando sempre com novos conhecimentos.  
A gênese do Centro Espírita bem orientado, voltado ao bem, está na Espiritualidade Superior. Seus obreiros dedicados tomam compromissos devem servir, seja antes da reencarnação, seja no decorrer da vida carnal. Todos estão sujeitos a transvios e enganos leves ou sérios, sob as influências da materialidade da vida e de injunções espirituais de toda ordem.
 O Centro Espírita, por sua natureza, por suas finalidades e por seu desempenho, é sempre alvo das tentativas da espiritualidade inferior de desviá-lo de seu roteiro normal. Urge, portando, que não se descuide diante dos ataques constantes dos aborrecidos. A vigilância, tanto individual quanto coletiva, é dever de todos os trabalhadores do Centro.
Muitas são as literaturas sobre este apêndice, contudo acreditamos que a ilustração a seguir melhor particularizará o assunto: Abel, nobre Mentor Espiritual, no livro A Faxina, enfatiza ao aprendiz Marcelo,  estarem dezesseis Centros Espíritas catalogados na esfera espiritual para o programa assistencial na matéria. Afirmava à Marcelo ter novecentos necessitados inscritos par imediato socorro. Isto daria uma média de cinqüenta e sete assistidos por núcleo, com uma projeção estimada de aproximadamente sete assistências semanais; o que demandaria apenas oito semanas para realização do trabalho assistencial.
"Agora veja você, enfatiza Abel, quatro Centros estão nas mãos de falanges contrárias ao trabalho do bem. Através das obsessões diretas, os seus trabalhadores tornaram-se presas da vaidade e inviabilizam toda qualquer tarefa assistencial.
Dois Centros estão sob o comando do personalismo, são brigas freqüentes entres seus participantes, muito embora todos sustentem tais dissensões em nome da fraternidade e da sobrevivência do grupo e, neste momento, estão também inviáveis às nossas necessidades.
Três Centros Espíritas descuidaram-se totalmente do Evangelho de Jesus e vivem áridas disputas filosóficas e científicas que, apesar de terem muito valos nos processos do amadurecimento do pensamento de grupo não se enquadram no perfil de nossas necessidades, uma vez que para a finalidade a que nos propomos, precisamos de muito amor, e nenhuma fonte é mais pródiga em amor do que as reuniões de trato evangélico.
Quatro Centros estão plenamente aptos a assumirem os nossos programas e daí temos que contar com os recursos que possuímos, a tarefa que seria concluída numa média de oito semanas passa a ter a duração aproximada de trinta e três semanas.”
Parece até que foi ontem, mas depois de quase quatro décadas as palavras do nobre Mentor Roberto desperta em minha mente a necessidade da oração e da vigilância. Suas palavras soam forte em minha consciência: Se algo te atinge, suba mais alto!
Pode não ter feito tanto sentido naquela época, mas a literatura presente nos leva a uma profunda reflexão: “ O homem, consciente de seus deveres morais e verdadiramente honrado, não deve incubar em seu íntimo a víbora do ciúme e dos desejos impuros, pois, quem não a repele a tempo está pactuando com os adversários da própria alma.”                                                                                                    
Urge, portando, que não se descuide diante dos ataques constantes dos aborrecidos. A vigilância, tanto individual quanto coletiva, é dever de todos os trabalhadores do Centro.
“Foi por razões semelhantes que Jesus em Getsemani orou e vigiou por três vezes e recomendou: Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”       Mt. 26:41 

Fontes: – A Faxina – A Mediunidade Sem Lágrimas – A Verdade de Cada Um – Almas Crucificadas – Bíblia Sagrada - Despedindo-se da Terra – O Livro dos Médiuns – Reuniões Mediúnicas – Violetas na Janela – Web









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