quarta-feira, 1 de outubro de 2014

PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS - LE 115 - TEORIA


O HOMEM NADA SABE, MAS É CHAMADO A TUDO CONHECER
PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS

A proposição de estudos, em nosso Centro Espírita, foi para que discorrêssemos sobre a Evolução dos Espíritos. Segundo Aurélio, evolução é sucessão de acontecimentos em que cada um está condicionado pelo(s) anterior(es).
A Doutrina Espírita, no livro segundo, do LE, capitulo I nos ensina sobre a Progressão dos Espíritos. Segundo Aurélio, progressão é sucessão ininterrupta e gradual e que corresponde ao desenvolvimento de algo.
Sendo questão de vocabulário para uma mesma situação, ao curso desta redação, poderemos usar de ambos ou de outra palavra da mesma qualidade, categoria, natureza, etc. que melhor expresse o sentido na oração.
Observamos, no Livro dos Espíritos, item 113, que os Espíritos Puros – Primeira Ordem – percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. No item 115, que Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Mais, que deu a cada um deles uma missão, com o fim de esclarecê-los e progressivamente os conduzir à perfeição, pelo conhecimento da verdade e para aproximá-los Dele.
Ora, se eles tivessem sido criados perfeitos, não teriam merecimento para gozar os benefícios dessa perfeição. Onde estaria o mérito, sem a luta? De outro lado, a desigualdade existente entre eles é necessária à sua personalidade, e a missão que lhes cabe, nos diferentes graus, está nos desígnios da Providência com vistas à harmonia do Universo.
Como na vida social todos os homens podem chegar aos primeiros postos, também poderíamos perguntar por que motivo o soberano de um país não faz de cada um dos seus soldados um general; porque todos os empregados subalternos não são superiores; porque todos os alunos não são professores. Ora, entre a vida social e a espiritual existe ainda a diferença de que a primeira é limitada e nem sempre permite a escalada de todos os seus degraus, enquanto a segunda é indefinida e deixa a cada um a possibilidade de se elevar ao posto supremo.
Devemos nos dar conta de que a Terra não existe de toda a eternidade, e que muito antes dela existir já havia Espíritos no grau supremo; os homens, por isso, acreditam que os Espíritos sempre haviam sido perfeitos, como Jesus, por exemplo.
Sendo Deus a causa primária de todas as coisas, o ponto de partida de tudo, a base em que se apóia a obra da criação, é o assunto que importa considerar antes de tudo.
. O progresso é a condição normal dos seres espirituais, e a perfeição relativa é a finalidade que devem alcançar; ora, tendo Deus criado desde toda a eternidade, e criando sem cessar, por todo o tempo, evidentemente, também terá havido aqueles que alcançaram o ponto culminante da escala.
Antes que a Terra existisse mundos tinham sucedido a mundos e, quando a Terra saiu do caos dos elementos, o espaço era povoado por seres espirituais em todos os graus de progresso; desde aqueles que nasciam para a vida, até aqueles que, de toda a eternidade, haviam tomado lugar entre os puros Espíritos, vulgarmente chamados anjos. 
É princípio elementar julgar-se uma causa por seus efeitos, ainda que não se veja a causa. Se um pássaro, que fende os ares, é atingido por um projétil mortal, deduz-se que algum hábil atirador nele acertou, embora não se veja o atirador. Portanto, nem sempre é necessário ter visto uma coisa para saber que ela existe.  Em tudo, é pela observação dos efeitos que se chega ao conhecimento das causas.
Quando os Espíritos adquiriram em um mundo a soma de progresso que comporte o estado daquele mundo, eles o deixam para se encarnar noutro mais adiantado, onde adquirem novos conhecimentos, e assim por diante, até que a encarnação em um corpo material já não lhes é mais útil; passam a viver exclusivamente na vida espiritual, na qual progridem ainda num outro sentido e mediante outros meios. Chegados ao ponto culminante do progresso, gozam da suprema felicidade; admitidos aos conselhos do Todo-Poderoso recebem o seu pensamento, e tornam-se seus mensageiros, seus ministros diretos para o governo dos mundos, tendo sob suas ordens os Espíritos que se encontram em diferentes graus de progresso.
Assim, todos os Espíritos, encarnados ou desencarnados, em qualquer grau da hierarquia em que se encontrem, desde o menor até o maior, têm suas atribuições no grande mecanismo do Universo: todos são úteis ao conjunto ao mesmo tempo em que são úteis a si mesmos; aos menos adiantados, como se tratasse de simples serviçais, incumbe uma tarefa material, a princípio inconsciente, depois gradualmente intelectiva. Por toda parte se exerce a atividade do mundo espiritual, e nela não se encontra a inútil ociosidade, em nenhum lugar.
 Algumas pessoas pensam que as diferentes existências da alma se realizam de mundo em mundo, e não sobre um mesmo globo, no qual cada Espírito não aparece senão uma vez.
Esta teoria seria admissível, se todos os habitantes da Terra estivessem exatamente no mesmo nível intelectual e moral; não poderiam então progredir senão indo a um outro mundo, e sua reencarnação sobre a Terra seria sem utilidade; ora, Deus nada faz de inútil. Desde o instante em que aqui se encontram todos os graus de inteligência e de moralidade, desde a selvageria própria do animal até a civilização mais adiantada, ela oferece um vasto campo ao progresso; seria lícito perguntar porque o selvagem seria obrigado a ir procurar alhures o grau acima dele, quando o encontra a seu lado, e assim gradualmente; por que o homem adiantado não teria podido fazer suas primeiras etapas senão em mundos inferiores, enquanto que os análogos de todos esses mundos estão ao redor dele? Que aqui há diferentes graus de progresso, não só de povo para povo, como também na mesma família? Se assim fosse, Deus teria feito algo de inútil, colocando lado a lado a ignorância e o saber, a barbárie e a civilização, o bem e o mal, enquanto que é exatamente esse contato que faz progredir os retardatários.
Então, não há mais necessidade que os homens mudem de mundo a cada etapa, assim como não há necessidade de que um escolar troque de colégio em cada série; longe de contribuir para o progresso, isso lhe seria um entrave, pois o Espírito seria privado do exemplo que lhe é oferecido pela visão dos graus superiores, e da possibilidade de reparar, por seus esforços, seus erros, no mesmo ambiente e na presença daqueles a quem houvesse ofendido, possibilidade que é para ele o mais poderoso meio de progresso moral. Após uma curta coabitação, os Espíritos, dispersando-se e tornando-se estranhos uns aos outros, romper-se-iam os laços de família e de amizade, pois não teriam tempo para se consolidarem.
A raça adâmica tem todos os caracteres de uma raça proscrita; os Espíritos que dela fazem parte foram exilados sobre a Terra, já povoada porém por homens primitivos, mergulhados na ignorância, e que eles têm por missão fazer progredir, trazendo-lhes as luzes de uma inteligência desenvolvida. Não será esse, com efeito, o papel que esta raça tem executado, até hoje? Sua superioridade intelectual prova que o mundo de onde saíram era mais adiantado que a Terra; porém, devendo aquele mundo entrar numa nova fase de progresso, e esses Espíritos, por via de sua obstinação, não tendo sabido se colocar à altura desse progresso, ali estariam deslocados, e teriam sido um entrave à marcha providencial das coisas; é por isso que eles foram excluídos, enquanto que outros mereceram substituí-los.
Ao relegar essa raça sobre esta terra de labores e de sofrimentos, Deus teve razão de lhes dizer: "Tirarás teu alimento com o suor de teu rosto." Em sua mansuetude, prometeu-lhe que enviaria o Salvador, isto é, aquele que deveria clarear seu caminho pelo qual sairia deste lugar de misérias, deste inferno, e chegaria à felicidade dos eleitos. Este Salvador, ele o enviou na pessoa de Jesus, que ensinou a lei de amor e de caridade, desconhecida deles, e que devia ser a verdadeira âncora de salvação.
 Sem prejulgar em nada a natureza de Jesus, cujo exame não entra no quadro desta obra, e não o considerando, por hipótese, senão como um Espírito superior, não se pode impedir que se reconheça nele um daqueles da ordem mais elevada, e que é colocado por suas virtudes bem acima da humanidade terrestre. Pelos imensos resultados que produziu, sua encarnação neste mundo não podia deixar de ser uma das missões que somente são confiadas aos mensageiros diretos da Divindade, para a realização de seus desígnios. Seria mais que um profeta, pois seria um Messias divino.
Como homem, tinha a organização dos seres carnais; mas como Espírito puro, destacado da matéria, devia viver na vida espiritual mais que na vida corporal, da qual não tinha as fraquezas. A superioridade de Jesus sobre os homens não era relativa às qualidades particulares de seu corpo, mas às de seu Espírito, que dominava a matéria de maneira absoluta, e ao seu perispírito alimentado pela parte a mais quintessenciada dos fluidos terrestres. Sua alma não devia estar ligada ao corpo senão por laços estritamente indispensáveis; constantemente separada, ela devia lhe dar uma vista dupla não só permanente como também de uma penetração excepcional e por outro modo muito superior àquela que se encontra nos homens comuns. O mesmo devia acontecer com todos os fenômenos que dependem dos fluidos perispirituais ou psíquicos. A qualidade de tais fluidos lhe dava um imenso poder magnético, secundado pelo desejo incessante de fazer o bem.
Jesus também evoluiu de modo idêntico aos demais homens. Também foi imaturo de espírito e fez o mesmo curso espiritual evolutivo através de mundos planetários, já desintegrados no Cosmo. Isso foi há muito tempo, mas decorreu sob o mesmo processo semelhante ao aperfeiçoamento dos demais homens.
Em caso contrário, o Criador também não passaria de um Ente injusto e faccioso, capaz de conceder privilégios a alguns de seus filhos preferidos e deserdar outros menos simpáticos, assemelhando-se aos políticos, que premiam os seus eleitores e hostilizam os votantes de outros partidos. Em verdade, todas as almas equacionam sob igual processo evolutivo na aquisição de sua consciência espiritual e gozam dos mesmos bens e direitos siderais!
Jesus alcançou a angelitude sob a mesma Lei que também orienta o selvagem embrutecido para a sua futura emancipação espiritual, tornando-o um centro criador de novas consciências no seio do Cosmo. Ele forjou, a sua consciência espiritual sob as mesmas condições educativas do bem e do mal, do puro e do impuro, da sombra e da luz, tal qual acontece hoje com a nossa humanidade! Os mundos que lhe serviram de aprendizado planetário já se extinguiram e se tornaram em pó sideral, mas as suas humanidades ainda vivem despertas pelo Universo, sendo ele um dos seus venturosos cidadãos.
Alguns espíritas afirmam que a evolução de Jesus processou-se em linha reta. Essa afirmação não tem fundamento coerente, pois a simples presunção de Jesus ter sido criado espiritualmente e com um impulso de inteligência, virtude ou sabedoria inata, constituiria um privilégio de Deus a uma alma de sua preferência! Isso desmentiria o atributo divino de bondade e Justiça infinitas do próprio Criador.
Aliás,não há desdouro algum para o Mestre ter evoluído sob o regime da mesma lei a que estão sujeitos os demais espíritos, pois isso ainda confirma a grandeza do seu espírito aperfeiçoado pelo próprio esforço. Nenhum espírito nasce perfeito, nem possui qualquer sentido especial para a sua ascese espiritual à parte; todos são criados simples e ignorantes, cuja consciência ou "livre arbítrio" se manifesta através do "tempo-eternidade", mas sem anular o esforço pessoal na escalonada da angelitude. E Jesus não fugiu á essa regra comum, pois forjou a sua consciência de Amor e Sabedoria Cósmica ao nível dos homens, lutando, sofrendo e aprendendo os valores espirituais no intercâmbio dos mundos materiais. Ele tornou-se um ente sublime porque se libertou completamente das paixões e dos vícios humanos; mas não se eximiu do contato com as impurezas do mundo carnal!
Assim como é impossível a um professor analfabeto ensinar os alunos ignorantes do ABC, Jesus também não poderia prescrever aos homens a cura dos seus pecados, caso ele já não os tivesse vivido em si mesmo! Justamente por ele ter sofrido do mesmo mal, então conhecia o medicamento capaz de curar a enfermidade moral da humanidade terrena! ... Jesus, alhures, já foi um pecador como qualquer homem do mundo; porém, ele venceu as ilusões da vida carnal, superou a coação implacável do instinto animal e seu coração transbordante de Amor envolve todos os cidadãos da Terra!
Embora tenha sido a mais elevada Entidade descida na Terra, não podemos considerar Jesus um Arcanjo, mas sim um Anjo, o que difere muito entre si, pois o Anjo ainda pode atuar no mundo humano –  simbolizado nos sete degraus da escada de Jacob que fica logo abaixo do mundo divino, no qual cessa para os Arcanjos toda possibilidade de ligação direta com as formas físicas das moradas planetárias. Jesus, na realidade, é a mais Alta Consciência Diretora da humanidade terrena, mas não do planeta Terra, porque ainda permanece, diretamente, em contacto psicofísico com as consciências terrícolas. Ele é o Elo Divino e o mais lídimo representante de aspecto humano que se liga diretamente à Sublime Consciência do Arcanjo Planetário da Terra. O Comando Sideral do sistema solar atua no Arcanjo do planeta Terra e este na imediata consciência espiritual abaixo de si e em condições receptivas para senti-lo e cumprir-lhe a vontade no mundo físico. É justamente o insigne Jesus a Magnífica Consciência capacitada para sentir o Espírito do Planeta Terráqueo, porquanto o Mestre, além de ser o Governador Espiritual de vossa humanidade, participou também da Assembléia Sideral de quando o Arcanjo mentalizou os planos preliminares para a formação do vosso orbe, em conexão perfeita com os projetos maiores do Arcanjo ou Logos Solar do sistema.
A jurisdição de Jesus assemelha-se a sublime janela viva, que se abre na forma material, para que o Arcanjo Planetário "veja" e "sinta" o que deve providenciar no seu interior espiritual, para atender à progressiva eclosão das consciências humanas, que se delineiam na matéria terráquea. Ante a incessante ascensão espiritual de Jesus e o seu conhecimento, cada vez mais extenso, sobre a consciência coletiva da vossa humanidade, é provável que, no próximo Grande Plano, ele também se torne um Arcanjo cooperador na criação dos mundos, sob a jurisdição direta de outro Logos Solar.
Jesus manifestou-se fisicamente na terra há dois milênios, porque ainda podia mentalizar e construir os seus veículos intermediários nas energias adjacentes à matéria. Ele é ainda um Espírito capaz de ter contacto com a carne, embora sob extrema dificuldade e sofrimento, como ocorreu na sua última descida sacrificial. No entanto, o Cristo Terráqueo, ou seja o Arcanjo Planetário da Terra, é potencial vibratório de tão alta "voltagem sideral", que não conseguirá aglutinar de nenhum modo as energias inferiores, e situar-se na figura diminuta do corpo físico, para comandar diretamente um cérebro humano. A sua vibração altíssima não conseguiria o descenso vibratório para alcançar a forma letárgica da matéria! E, mesmo se supondo que assim pudesse agir, o seu Espírito estaria comparado a uma carga fulminante de 50.000 volts, quando projetada diretamente da usina sobre um minúsculo aparelho de 110 volts.
Jesus foi o revelador do Cristo, o mais credenciado e Sublime Intermediário do Amor Absoluto, em nosso mundo. Pela sua Consciência Espiritual, fluiu e se fixou vigorosamente nas sombras terráqueas a Luz Crística, aflorando então à superfície da Terra e tornando-se o "Caminho, a Verdade e a Vida".
Quando o Mestre afirmou "Eu e meu Pai somos um" e "Ninguém vai ao Pai senão por mim", era o Cristo Planetário que atuava e transmitia o seu Pensamento diretivo por intermédio do seu divino médium Jesus, corporificado no plano físico. O Ungido, o Escolhido ou o Eleito para materializar o Verbo em vocábulos ou idéias acessíveis à mente humana, sob a égide do Arcanjo Planetário e criador da Terra, foi realmente aquele sublime Homem-Luz, retratado na figura angélica de Jesus de Nazaré, o doce filho de Maria.
 O Cristo Planetário tem-se manifestado gradativamente em direção à superfície tangível do nosso mundo, através de todos os missionários anteriormente reencarnados como instrutores e líderes espirituais, desde os tempos imemoriais. Alguns deles puderam acentuar a vibração Crística mais intensamente, na substância física; outros o fizeram de modo mais singelo. A figura mais notável, no passado, foi Antúlio de Maha-Ettel, o mais sublime revelador do Cristo Planetário na Atlântida, mas é incontestável que, apesar de Hermes, Crishna e Buda, que muito se destacaram nas suas divinas missões, foi Jesus o revelador inconfundível e a consciência diretora de todos os seus precursores.          Por outro lado, é bom também não deixar de ter em mente que para Kardec – O Livro dos Espíritos – não é um tratado completo do Espiritismo; não faz senão colocar-lhe as bases e os pontos fundamentais, que devem se desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação, ou seja, não fecha questão colocando tudo como pronto e acabado; porém, abre uma porta para futuras considerações provenientes de novos estudos e experiências.
Isso pode ser importante, porquanto, temos que levar em consideração que a opinião final de Kardec, será a que ele expressa na ultima delas, pois as nossas idéias, sobre determinado assunto, vão evoluindo de acordo com os novos conhecimentos que vamos adquirindo ao longo do tempo, por essa razão, a última fala deve ser aquela na qual se resume todos esses conhecimentos.
Nesse sentido vamos encontrar algumas diferenças ou desigualdade entre estudiosos e pensadores sobre alguns pontos de vista, como por exemplo o corpo de Jesus ou ainda a frase: "A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem", cuja autoria é atribuída a Léon Denis, que foi um filósofo espírita e um dos principais continuadores do espiritismo após a morte de Allan Kardec, ao lado de Gabriel Delanne e Camille Flammarion. Só que, curiosamente, até hoje ninguém nos demonstrou que, de fato, ele tenha dito exatamente isso.
Segundo o Presidente da Associação dos Magistrados Espíritas do Brasil, Zalmino Zimmermann, estudioso e trabalhador espírita de longa data, Hermes Trismegisto, que foi um lendário e fabuloso legislador egípcio, sacerdote e filósofo, que viveu durante o reinado de Ninus, por volta de 2.270anos a.C., já ensinava, no antigo Egito, que "a pedra se converte em planta; a planta em animal; o animal em homem, em Espírito; o Espírito, em Deus". 
Conforme o teólogo espírita e pesquisador Oduvaldo Mansani de Mello, já no século XIII esta frase foi dita pelo também teólogo, jurista e poeta muçulmano Jalãl ad-Din Muhammad Rumi: “Morri mineral, converti-me em planta. Morri em planta e nasci animal. Morri animal e me converti em homem”.  Ainda, o ensinamento hinduísta, que monta a milhares de anos, tem sua versão poética da evolução: "A alma dorme na pedra, sonha na planta, agita-se no animal e desperta no homem".
Mas, na busca em que nos empenhamos para encontrá-la, acabamos por nos deparar com a frase verdadeira, vejamo-la: Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; a partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas.
 Ainda, recorreremos ao que ele, Kardec, disse na Introdução da primeira edição de O Livro dos Espíritos: Qualquer que seja, é um fato que não se pode contestar, pois é um resultado de observação, é que os seres orgânicos têm em si uma força íntima que produz o fenômeno da vida, enquanto essa força existe; que a vida material é comum a todos os seres orgânicos e que ela é independente da inteligência e do pensamento: que a inteligência e o pensamento são faculdades próprias de certas espécies orgânicas; enfim, que entre as espécies orgânicas dotadas de inteligência e de pensamento, há uma dotada de um senso moral especial que lhe dá incontestável superioridade sobre as outras, é a espécie humana. Nós chamamos, enfim, inteligência animal ao princípio intelectual comum aos diversos graus nos homens e nos animais, independente do princípio vital, e cuja fonte nos é desconhecida. 
Embora tenha considerado alhures que o instinto é uma inteligência rudimentar, comum a todos os seres orgânicos – plantas, animais e homens – percebe-se que aqui Kardec não atribui a todos eles a inteligência, considerada por ele como sendo "uma faculdade especial, peculiar a algumas espécies orgânicas".
 Dessa distinção, que Kardec faz dos seres, entendemos que ao dizer:
“1º os seres inanimados, constituídos de matéria, sem vitalidade nem inteligência, que são os corpos brutos", estava se referindo aos minerais;
"2º os seres animados que não pensam, formados de matéria e dotados de vitalidade, porém, destituídos de inteligência," para enquadrar os vegetais;
"3º os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo a mais um princípio inteligente que lhes dá a faculdade de pensar", classifica os animais.
Se a nossa conclusão, para cada item, estiver correta, podemos tomar a iniciativa de incluir o homem como um ser animado e pertencendo ao terceiro grupo.
Vejamos algo interessante que nos parece confirmar esse nosso modo de pensar, o qual baseamo-nos em Kardec: "Nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredindo sempre; tal é a lei".
A frase encontra-se esculpida no dólmen de Kardec, no Cemitério Père-Lachaise, em Paris, traduzindo assim o princípio basilar da Doutrina Espírita. Ela expõe a própria essência do processo evolutivo, que se desdobra em nuanças no mais das vezes ininteligíveis à mente humana.

Fonte: A Gênese – Almas Crucificadas – Bíblia Sagrada – Mensagens do Astral – O Livro dos Espíritos –           O Sublime Peregrino –  Web


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