O HOMEM NADA SABE, MAS É CHAMADO A TUDO CONHECER |
PROGRESSÃO
DOS ESPÍRITOS
A proposição de
estudos, em nosso Centro Espírita, foi para que discorrêssemos sobre a Evolução
dos Espíritos. Segundo Aurélio, evolução é sucessão de acontecimentos em que
cada um está condicionado pelo(s) anterior(es).
A Doutrina Espírita,
no livro segundo, do LE, capitulo I nos ensina sobre a Progressão dos
Espíritos. Segundo Aurélio, progressão é sucessão ininterrupta e gradual e que
corresponde ao desenvolvimento de algo.
Sendo questão de
vocabulário para uma mesma situação, ao curso desta redação, poderemos usar de
ambos ou de outra palavra da mesma qualidade, categoria, natureza, etc. que
melhor expresse o sentido na oração.
Observamos, no Livro
dos Espíritos, item 113, que os Espíritos Puros – Primeira Ordem – percorreram
todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. No
item 115, que Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem
conhecimento. Mais, que deu a cada um deles uma missão, com o fim de
esclarecê-los e progressivamente os conduzir à perfeição, pelo conhecimento da
verdade e para aproximá-los Dele.
Ora, se eles tivessem
sido criados perfeitos, não teriam merecimento para gozar os benefícios dessa
perfeição. Onde estaria o mérito, sem a luta? De outro lado, a desigualdade
existente entre eles é necessária à sua personalidade, e a missão que lhes
cabe, nos diferentes graus, está nos desígnios da Providência com vistas à
harmonia do Universo.
Como na vida social
todos os homens podem chegar aos primeiros postos, também poderíamos perguntar
por que motivo o soberano de um país não faz de cada um dos seus soldados um
general; porque todos os empregados subalternos não são superiores; porque
todos os alunos não são professores. Ora, entre a vida social e a espiritual
existe ainda a diferença de que a primeira é limitada e nem sempre permite a
escalada de todos os seus degraus, enquanto a segunda é indefinida e deixa a
cada um a possibilidade de se elevar ao posto supremo.
Devemos nos dar conta
de que a Terra não existe de toda a eternidade, e que muito antes dela existir
já havia Espíritos no grau supremo; os homens, por isso, acreditam que os
Espíritos sempre haviam sido perfeitos, como Jesus, por exemplo.
Sendo Deus a causa
primária de todas as coisas, o ponto de partida de tudo, a base em que se apóia
a obra da criação, é o assunto que importa considerar antes de tudo.
. O progresso é a
condição normal dos seres espirituais, e a perfeição relativa é a finalidade
que devem alcançar; ora, tendo Deus criado desde toda a eternidade, e criando
sem cessar, por todo o tempo, evidentemente, também terá havido aqueles que
alcançaram o ponto culminante da escala.
Antes que a Terra
existisse mundos tinham sucedido a mundos e, quando a Terra saiu do caos dos
elementos, o espaço era povoado por seres espirituais em todos os graus de
progresso; desde aqueles que nasciam para a vida, até aqueles que, de toda a
eternidade, haviam tomado lugar entre os puros Espíritos, vulgarmente chamados
anjos.
É princípio elementar
julgar-se uma causa por seus efeitos, ainda que não se veja a causa. Se um
pássaro, que fende os ares, é atingido por um projétil mortal, deduz-se que
algum hábil atirador nele acertou, embora não se veja o atirador. Portanto, nem
sempre é necessário ter visto uma coisa para saber que ela existe. Em tudo, é pela observação dos efeitos que se
chega ao conhecimento das causas.
Quando os Espíritos
adquiriram em um mundo a soma de progresso que comporte o estado daquele mundo,
eles o deixam para se encarnar noutro mais adiantado, onde adquirem novos
conhecimentos, e assim por diante, até que a encarnação em um corpo material já
não lhes é mais útil; passam a viver exclusivamente na vida espiritual, na qual
progridem ainda num outro sentido e mediante outros meios. Chegados ao ponto
culminante do progresso, gozam da suprema felicidade; admitidos aos conselhos
do Todo-Poderoso recebem o seu pensamento, e tornam-se seus mensageiros, seus
ministros diretos para o governo dos mundos, tendo sob suas ordens os Espíritos
que se encontram em diferentes graus de progresso.
Assim, todos os
Espíritos, encarnados ou desencarnados, em qualquer grau da hierarquia em que
se encontrem, desde o menor até o maior, têm suas atribuições no grande
mecanismo do Universo: todos são úteis ao conjunto ao mesmo tempo em que são
úteis a si mesmos; aos menos adiantados, como se tratasse de simples serviçais,
incumbe uma tarefa material, a princípio inconsciente, depois gradualmente
intelectiva. Por toda parte se exerce a atividade do mundo espiritual, e nela
não se encontra a inútil ociosidade, em nenhum lugar.
Algumas pessoas pensam que as diferentes
existências da alma se realizam de mundo em mundo, e não sobre um mesmo globo,
no qual cada Espírito não aparece senão uma vez.
Esta teoria seria
admissível, se todos os habitantes da Terra estivessem exatamente no mesmo
nível intelectual e moral; não poderiam então progredir senão indo a um outro
mundo, e sua reencarnação sobre a Terra seria sem utilidade; ora, Deus nada faz
de inútil. Desde o instante em que aqui se encontram todos os graus de
inteligência e de moralidade, desde a selvageria própria do animal até a
civilização mais adiantada, ela oferece um vasto campo ao progresso; seria
lícito perguntar porque o selvagem seria obrigado a ir procurar alhures o grau
acima dele, quando o encontra a seu lado, e assim gradualmente; por que o homem
adiantado não teria podido fazer suas primeiras etapas senão em mundos
inferiores, enquanto que os análogos de todos esses mundos estão ao redor dele?
Que aqui há diferentes graus de progresso, não só de povo para povo, como
também na mesma família? Se assim fosse, Deus teria feito algo de inútil,
colocando lado a lado a ignorância e o saber, a barbárie e a civilização, o bem
e o mal, enquanto que é exatamente esse contato que faz progredir os retardatários.
Então, não há mais
necessidade que os homens mudem de mundo a cada etapa, assim como não há
necessidade de que um escolar troque de colégio em cada série; longe de
contribuir para o progresso, isso lhe seria um entrave, pois o Espírito seria
privado do exemplo que lhe é oferecido pela visão dos graus superiores, e da
possibilidade de reparar, por seus esforços, seus erros, no mesmo ambiente e na
presença daqueles a quem houvesse ofendido, possibilidade que é para ele o mais
poderoso meio de progresso moral. Após uma curta coabitação, os Espíritos,
dispersando-se e tornando-se estranhos uns aos outros, romper-se-iam os laços
de família e de amizade, pois não teriam tempo para se consolidarem.
A raça adâmica tem
todos os caracteres de uma raça proscrita; os Espíritos que dela fazem parte
foram exilados sobre a Terra, já povoada porém por homens primitivos,
mergulhados na ignorância, e que eles têm por missão fazer progredir,
trazendo-lhes as luzes de uma inteligência desenvolvida. Não será esse, com
efeito, o papel que esta raça tem executado, até hoje? Sua superioridade
intelectual prova que o mundo de onde saíram era mais adiantado que a Terra;
porém, devendo aquele mundo entrar numa nova fase de progresso, e esses
Espíritos, por via de sua obstinação, não tendo sabido se colocar à altura
desse progresso, ali estariam deslocados, e teriam sido um entrave à marcha
providencial das coisas; é por isso que eles foram excluídos, enquanto que
outros mereceram substituí-los.
Ao relegar essa raça
sobre esta terra de labores e de sofrimentos, Deus teve razão de lhes dizer:
"Tirarás teu alimento com o suor de teu rosto." Em sua mansuetude,
prometeu-lhe que enviaria o Salvador, isto é, aquele que deveria clarear seu
caminho pelo qual sairia deste lugar de misérias, deste inferno, e chegaria à
felicidade dos eleitos. Este Salvador, ele o enviou na pessoa de Jesus, que
ensinou a lei de amor e de caridade, desconhecida deles, e que devia ser a
verdadeira âncora de salvação.
Sem prejulgar em nada a natureza de Jesus,
cujo exame não entra no quadro desta obra, e não o considerando, por hipótese,
senão como um Espírito superior, não se pode impedir que se reconheça nele um
daqueles da ordem mais elevada, e que é colocado por suas virtudes bem acima da
humanidade terrestre. Pelos imensos resultados que produziu, sua encarnação
neste mundo não podia deixar de ser uma das missões que somente são confiadas
aos mensageiros diretos da Divindade, para a realização de seus desígnios.
Seria mais que um profeta, pois seria um Messias divino.
Como homem, tinha a
organização dos seres carnais; mas como Espírito puro, destacado da matéria,
devia viver na vida espiritual mais que na vida corporal, da qual não tinha as
fraquezas. A superioridade de Jesus sobre os homens não era relativa às qualidades
particulares de seu corpo, mas às de seu Espírito, que dominava a matéria de
maneira absoluta, e ao seu perispírito alimentado pela parte a mais
quintessenciada dos fluidos terrestres. Sua alma não devia estar ligada ao
corpo senão por laços estritamente indispensáveis; constantemente separada, ela
devia lhe dar uma vista dupla não só permanente como também de uma penetração
excepcional e por outro modo muito superior àquela que se encontra nos homens
comuns. O mesmo devia acontecer com todos os fenômenos que dependem dos fluidos
perispirituais ou psíquicos. A qualidade de tais fluidos lhe dava um imenso
poder magnético, secundado pelo desejo incessante de fazer o bem.
Jesus também evoluiu
de modo idêntico aos demais homens. Também foi imaturo de espírito e fez o
mesmo curso espiritual evolutivo através de mundos planetários, já
desintegrados no Cosmo. Isso foi há muito tempo, mas decorreu sob o mesmo
processo semelhante ao aperfeiçoamento dos demais homens.
Em caso contrário, o
Criador também não passaria de um Ente injusto e faccioso, capaz de conceder
privilégios a alguns de seus filhos preferidos e deserdar outros menos
simpáticos, assemelhando-se aos políticos, que premiam os seus eleitores e
hostilizam os votantes de outros partidos. Em verdade, todas as almas
equacionam sob igual processo evolutivo na aquisição de sua consciência
espiritual e gozam dos mesmos bens e direitos siderais!
Jesus alcançou a
angelitude sob a mesma Lei que também orienta o selvagem embrutecido para a sua
futura emancipação espiritual, tornando-o um centro criador de novas
consciências no seio do Cosmo. Ele forjou, a sua consciência espiritual sob as
mesmas condições educativas do bem e do mal, do puro e do impuro, da sombra e
da luz, tal qual acontece hoje com a nossa humanidade! Os mundos que lhe
serviram de aprendizado planetário já se extinguiram e se tornaram em pó
sideral, mas as suas humanidades ainda vivem despertas pelo Universo, sendo ele
um dos seus venturosos cidadãos.
Alguns espíritas
afirmam que a evolução de Jesus processou-se em linha reta. Essa afirmação não
tem fundamento coerente, pois a simples presunção de Jesus ter sido criado
espiritualmente e com um impulso de inteligência, virtude ou sabedoria inata,
constituiria um privilégio de Deus a uma alma de sua preferência! Isso
desmentiria o atributo divino de bondade e Justiça infinitas do próprio
Criador.
Aliás,não há desdouro
algum para o Mestre ter evoluído sob o regime da mesma lei a que estão sujeitos
os demais espíritos, pois isso ainda confirma a grandeza do seu espírito
aperfeiçoado pelo próprio esforço. Nenhum espírito nasce perfeito, nem possui
qualquer sentido especial para a sua ascese espiritual à parte; todos são
criados simples e ignorantes, cuja consciência ou "livre arbítrio" se
manifesta através do "tempo-eternidade", mas sem anular o esforço
pessoal na escalonada da angelitude. E Jesus não fugiu á essa regra comum, pois
forjou a sua consciência de Amor e Sabedoria Cósmica ao nível dos homens,
lutando, sofrendo e aprendendo os valores espirituais no intercâmbio dos mundos
materiais. Ele tornou-se um ente sublime porque se libertou completamente das
paixões e dos vícios humanos; mas não se eximiu do contato com as impurezas do
mundo carnal!
Assim como é
impossível a um professor analfabeto ensinar os alunos ignorantes do ABC, Jesus
também não poderia prescrever aos homens a cura dos seus pecados, caso ele já
não os tivesse vivido em si mesmo! Justamente por ele ter sofrido do mesmo mal,
então conhecia o medicamento capaz de curar a enfermidade moral da humanidade
terrena! ... Jesus, alhures, já foi um pecador como qualquer homem do mundo;
porém, ele venceu as ilusões da vida carnal, superou a coação implacável do
instinto animal e seu coração transbordante de Amor envolve todos os cidadãos da
Terra!
Embora tenha sido a
mais elevada Entidade descida na Terra, não podemos considerar Jesus um
Arcanjo, mas sim um Anjo, o que difere muito entre si, pois o Anjo ainda pode
atuar no mundo humano – simbolizado nos
sete degraus da escada de Jacob que fica logo abaixo do mundo divino, no qual
cessa para os Arcanjos toda possibilidade de ligação direta com as formas
físicas das moradas planetárias. Jesus, na realidade, é a mais Alta Consciência
Diretora da humanidade terrena, mas não do planeta Terra, porque ainda
permanece, diretamente, em contacto psicofísico com as consciências terrícolas.
Ele é o Elo Divino e o mais lídimo representante de aspecto humano que se liga
diretamente à Sublime Consciência do Arcanjo Planetário da Terra. O Comando
Sideral do sistema solar atua no Arcanjo do planeta Terra e este na imediata
consciência espiritual abaixo de si e em condições receptivas para senti-lo e
cumprir-lhe a vontade no mundo físico. É justamente o insigne Jesus a Magnífica
Consciência capacitada para sentir o Espírito do Planeta Terráqueo, porquanto o
Mestre, além de ser o Governador Espiritual de vossa humanidade, participou
também da Assembléia Sideral de quando o Arcanjo mentalizou os planos
preliminares para a formação do vosso orbe, em conexão perfeita com os projetos
maiores do Arcanjo ou Logos Solar do sistema.
A jurisdição de Jesus
assemelha-se a sublime janela viva, que se abre na forma material, para que o
Arcanjo Planetário "veja" e "sinta" o que deve providenciar
no seu interior espiritual, para atender à progressiva eclosão das consciências
humanas, que se delineiam na matéria terráquea. Ante a incessante ascensão
espiritual de Jesus e o seu conhecimento, cada vez mais extenso, sobre a
consciência coletiva da vossa humanidade, é provável que, no próximo Grande
Plano, ele também se torne um Arcanjo cooperador na criação dos mundos, sob a
jurisdição direta de outro Logos Solar.
Jesus manifestou-se
fisicamente na terra há dois milênios, porque ainda podia mentalizar e
construir os seus veículos intermediários nas energias adjacentes à matéria.
Ele é ainda um Espírito capaz de ter contacto com a carne, embora sob extrema
dificuldade e sofrimento, como ocorreu na sua última descida sacrificial. No
entanto, o Cristo Terráqueo, ou seja o Arcanjo Planetário da Terra, é potencial
vibratório de tão alta "voltagem sideral", que não conseguirá
aglutinar de nenhum modo as energias inferiores, e situar-se na figura diminuta
do corpo físico, para comandar diretamente um cérebro humano. A sua vibração
altíssima não conseguiria o descenso vibratório para alcançar a forma letárgica
da matéria! E, mesmo se supondo que assim pudesse agir, o seu Espírito estaria
comparado a uma carga fulminante de 50.000 volts, quando projetada diretamente
da usina sobre um minúsculo aparelho de 110 volts.
Jesus foi o revelador
do Cristo, o mais credenciado e Sublime Intermediário do Amor Absoluto, em
nosso mundo. Pela sua Consciência Espiritual, fluiu e se fixou vigorosamente
nas sombras terráqueas a Luz Crística, aflorando então à superfície da Terra e
tornando-se o "Caminho, a Verdade e a Vida".
Quando o Mestre
afirmou "Eu e meu Pai somos um" e "Ninguém vai ao Pai senão por
mim", era o Cristo Planetário que atuava e transmitia o seu Pensamento
diretivo por intermédio do seu divino médium Jesus, corporificado no plano
físico. O Ungido, o Escolhido ou o Eleito para materializar o Verbo em
vocábulos ou idéias acessíveis à mente humana, sob a égide do Arcanjo
Planetário e criador da Terra, foi realmente aquele sublime Homem-Luz, retratado
na figura angélica de Jesus de Nazaré, o doce filho de Maria.
O Cristo Planetário tem-se manifestado
gradativamente em direção à superfície tangível do nosso mundo, através de
todos os missionários anteriormente reencarnados como instrutores e líderes espirituais,
desde os tempos imemoriais. Alguns deles puderam acentuar a vibração Crística
mais intensamente, na substância física; outros o fizeram de modo mais singelo.
A figura mais notável, no passado, foi Antúlio de Maha-Ettel, o mais sublime
revelador do Cristo Planetário na Atlântida, mas é incontestável que, apesar de
Hermes, Crishna e Buda, que muito se destacaram nas suas divinas missões, foi
Jesus o revelador inconfundível e a consciência diretora de todos os seus
precursores. Por outro lado, é
bom também não deixar de ter em mente que para Kardec – O Livro dos Espíritos –
não é um tratado completo do Espiritismo; não faz senão colocar-lhe as bases e
os pontos fundamentais, que devem se desenvolver sucessivamente pelo estudo e
pela observação, ou seja, não fecha questão colocando tudo como pronto e
acabado; porém, abre uma porta para futuras considerações provenientes de novos
estudos e experiências.
Isso pode ser
importante, porquanto, temos que levar em consideração que a opinião final de Kardec,
será a que ele expressa na ultima delas, pois as nossas idéias, sobre
determinado assunto, vão evoluindo de acordo com os novos conhecimentos que
vamos adquirindo ao longo do tempo, por essa razão, a última fala deve ser
aquela na qual se resume todos esses conhecimentos.
Nesse sentido vamos
encontrar algumas diferenças ou desigualdade entre estudiosos e pensadores
sobre alguns pontos de vista, como por exemplo o corpo de Jesus ou ainda a
frase: "A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e
acorda no homem", cuja autoria é atribuída a Léon Denis, que foi um
filósofo espírita e um dos principais continuadores do espiritismo após a morte
de Allan Kardec, ao lado de Gabriel Delanne e Camille Flammarion. Só que,
curiosamente, até hoje ninguém nos demonstrou que, de fato, ele tenha dito
exatamente isso.
Segundo o Presidente
da Associação dos Magistrados Espíritas do Brasil, Zalmino Zimmermann,
estudioso e trabalhador espírita de longa data, Hermes Trismegisto, que foi um
lendário e fabuloso legislador egípcio, sacerdote e filósofo, que viveu durante
o reinado de Ninus, por volta de 2.270anos a.C., já ensinava, no antigo Egito,
que "a pedra se converte em planta; a planta em animal; o animal em homem,
em Espírito; o Espírito, em Deus".
Conforme o teólogo
espírita e pesquisador Oduvaldo Mansani de Mello, já no século XIII esta frase
foi dita pelo também teólogo, jurista e poeta muçulmano Jalãl ad-Din Muhammad
Rumi: “Morri mineral, converti-me em planta. Morri em planta e nasci animal.
Morri animal e me converti em homem”.
Ainda, o ensinamento hinduísta, que monta a milhares de anos, tem sua
versão poética da evolução: "A alma dorme na pedra, sonha na planta,
agita-se no animal e desperta no homem".
Mas, na busca em que
nos empenhamos para encontrá-la, acabamos por nos deparar com a frase
verdadeira, vejamo-la: Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só
no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; a partir daí, o
progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode
realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas.
Ainda, recorreremos ao que ele, Kardec, disse
na Introdução da primeira edição de O Livro dos Espíritos: Qualquer que seja, é
um fato que não se pode contestar, pois é um resultado de observação, é que os
seres orgânicos têm em si uma força íntima que produz o fenômeno da vida,
enquanto essa força existe; que a vida material é comum a todos os seres
orgânicos e que ela é independente da inteligência e do pensamento: que a
inteligência e o pensamento são faculdades próprias de certas espécies
orgânicas; enfim, que entre as espécies orgânicas dotadas de inteligência e de
pensamento, há uma dotada de um senso moral especial que lhe dá incontestável
superioridade sobre as outras, é a espécie humana. Nós chamamos, enfim,
inteligência animal ao princípio intelectual comum aos diversos graus nos
homens e nos animais, independente do princípio vital, e cuja fonte nos é
desconhecida.
Embora tenha
considerado alhures que o instinto é uma inteligência rudimentar, comum a todos
os seres orgânicos – plantas, animais e homens – percebe-se que aqui Kardec não
atribui a todos eles a inteligência, considerada por ele como sendo "uma
faculdade especial, peculiar a algumas espécies orgânicas".
Dessa distinção, que Kardec faz dos seres,
entendemos que ao dizer:
“1º os seres
inanimados, constituídos de matéria, sem vitalidade nem inteligência, que são
os corpos brutos", estava se referindo aos minerais;
"2º os seres
animados que não pensam, formados de matéria e dotados de vitalidade, porém,
destituídos de inteligência," para enquadrar os vegetais;
"3º os seres
animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo a mais
um princípio inteligente que lhes dá a faculdade de pensar", classifica os
animais.
Se a nossa conclusão,
para cada item, estiver correta, podemos tomar a iniciativa de incluir o homem
como um ser animado e pertencendo ao terceiro grupo.
Vejamos algo
interessante que nos parece confirmar esse nosso modo de pensar, o qual
baseamo-nos em Kardec: "Nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredindo
sempre; tal é a lei".
A frase encontra-se
esculpida no dólmen de Kardec, no Cemitério Père-Lachaise, em Paris, traduzindo
assim o princípio basilar da Doutrina Espírita. Ela expõe a própria essência do
processo evolutivo, que se desdobra em nuanças no mais das vezes ininteligíveis
à mente humana.
Fonte: A Gênese – Almas Crucificadas – Bíblia
Sagrada – Mensagens do Astral – O Livro dos Espíritos – O Sublime Peregrino – Web
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