domingo, 22 de abril de 2012

TEORIA - LE - 2 INFINITO

                                                  LE - 2 INFINITO 

                                                LIVRO PRIMEIRO 

                                             CAPITULO PRIMEIRO

2 – Que se deve entender por Infinito?

O que não tem começo e nem fim; o desconhecido; tudo o que é desconhecido é infinito.

Na busca de amplificação, de parâmetros ou diferentes definições, e mesmo de algo que possa melhor valer para um bom juízo sobre o que se deve entender por infinito, intentamos nossa pesquisa.
Os espíritos se referem ao Universo. Por isso, conquanto tudo quanto nele conhecemos tem começo e tem fim; tudo quanto não conhecemos se perde no infinito, é oportuno, sugestivamente, que sua observância seja focalizada pelo prisma de algumas ciências; conseqüentemente, teremos múltiplos aspectos para o tema.
Não temos pretensão em divergir da resposta dos espíritos, mas de ressaltar seu caráter religioso. A rigor somos partidários desse posicionamento. Assim, escusamo-nos em sugerir ao leitor que a consideração dos espíritos esteja acima de quaisquer outros conceitos que possam lhes insurgir ao final das nossas considerações.
• Na Idade Média, inúmeras abordagens foram feitas em relação à natureza do infinito. Mas todas elas incapazes de produzir o efeito pretendido. Os pensamentos, proposições ou argumentos que contrariava os princípios básicos e gerais relacionados com o infinito, tornaram-se famosos na Grécia. Aristóteles, por exemplo, fez várias considerações a respeito que foram utilizadas para grandes especulações metafísicas (1) sobre a natureza do infinito.

(1) Estudo filosófico dos princípios e das causas das coisas.

• Na Gênese, Kardec deixa o campo exclusivamente doutrinário para a faixa de relações da Ciência com as demais Ciências, revelando de maneira prática as contribuições do Espiritismo para o desenvolvimento da nossa cultura. Neste livro, no tema Diversidade dos Mundos, do capítulo VI, os Espíritos falam das regiões imensas do Espaço. Na pergunta 58, na excursão com os Espíritos, o médium, no estado de alma emancipada, provavelmente, sob o efeito do desdobramento ou sonambulismo, visita regiões imensas do Espaço. Debaixo de suas vistas, os sóis sucederam aos sóis, os sistemas aos sistemas, as nebulosas as nebulosas, tendo o panorama esplêndido da harmonia dos Cosmos se desenrolado ante seus “passos”, ao que, conseqüentemente, experimentou um sentimento aprazível da idéia do Infinito.
• A consciência espiritual do homem, à medida que cresce esfericamente, funde os limites do tempo e do espaço, para atuar noutras dimensões indescritíveis; abrange, então, cada vez mais, a magnificência real do Universo em si mesma, e se transforma em Mago a criar outras consciências, menores em sua própria Consciência Sideral.
A criatura humana, que vive adstrita ao simbolismo de tempo e espaço, precisa de ponto de apoio para firmar sua mente e compreender algo da criação cósmica e da existência de Deus.
• Do ponto de vista matemático, Infinito é aquilo que não possui fim.
Assim, os números naturais são uns exemplos de um conjunto infinito, ou seja, que não tem fim, não acaba nunca. O símbolo do infinito (um "oito deitado") representa esta idéia de algo a que nunca se chega.
Em 1851 foi publicado, em língua alemã, um pequeno livro intitulado “Paradoxos do infinito” de autoria de Bernard Bolzano. A publicação foi feita três anos depois de sua morte e trata-se de uma nova e original maneira de abordar o conceito de infinito. Conceito esse que trás consigo inúmeros paradoxos como veremos.
O primitivo infinito que nos deparamos tem sua origem no nosso princípio da contagem; todos nós contamos e ordenamos; um, dois, três..., o primeiro, o segundo..., e a noção de cardinalidade (quantidade) se confunde com a noção de ordinal. Apesar de não experimentarmos o infinito, podemos discerni-lo, pois ao contar, percebemos através do discernimento, que podemos sempre acrescentar mais um. Essa é a primeira noção de infinito, o infinitamente grande. Quando no século XVII Pascal exclama: “o silêncio desses espaços infinitos me apavora”, nos mostra a crise provocada pelo renascimento ao contrapor um espaço infinito à cosmologia finita de Aristóteles.
• Segundo a astronomia, Infinito é o que não possui fronteiras ou limites.
Essa definição indica que o Universo pode ser uma "ilha" de galáxias em um ponto desse universo e além dessas galáxias não existiria mais nada. Nessa concepção a eternidade se aplicaria apenas ao espaço-tempo.
• Alberto Einstein, físico alemão naturalizado americano, o maior sábio contemporâneo, mostrou que o espaço e o tempo são intercambiáveis e pertencem à mesma estrutura. Todavia, a estrutura espaço-tempo, como um todo, não varia, não é relativa, por isso o próprio Einstein quis mudar o nome da teoria da relatividade para teoria da invariância, mas não conseguiu.
• Pelo prisma da física, Infinito é aquilo cujas fronteiras ou limites são inatingíveis.
Essa talvez seja a melhor forma de explicar o infinito do ponto de vista físico. Nessa concepção o Universo poderia ter um princípio e existirem limites. Porém não existem meios físicos de se atingir esses limites, porque quanto mais tentamos nos aproximar da fronteira, mais a fronteira se afasta de nós. Não que essa fronteira fuja de nós, mas se considerarmos que essa fronteira esteja se expandindo na velocidade da luz (ou próxima dela), teríamos de acelerar para atingir essa fronteira, mas, ao acelerarmos, o espaço entre nós e a fronteira se dilataria pois, na verdade, estaremos reduzindo a velocidade em relação a essa fronteira. Para essa definição, o universo pode ser infinito.
• Sustenta a ótica religiosa que Infinito é aquilo que se desconhece o fim.
Esta é a definição de infinito que obedece aos preceitos religiosos (a dizer que o poder de Deus é infinito, é porque não se conhece nenhum limite). Nessa definição, o universo é infinito porque não conhecemos o fim.
Se o universo não é infinito ou se ele possui uma fronteira, a sua questão é o que existe depois dele. Com certeza deve existir algo, mas está muito além da nossa compreensão, pois nós vivemos em um universo tetradimensional e só temos condições de descrever algo em termos de espaço e tempo. Aquilo que está além do universo possui outras dimensões que nós nem fazemos idéia do que sejam.

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