terça-feira, 17 de abril de 2012

ACONTECEU <> POR ESTA EU NÃO ESPERAVA

FALO DO QUE SEI, DO QUE VI E DO QUE FIZ

Domingo, 5 de fevereiro de 2012, por volta de 23,00 horas, assistia o Fantástico, da Rede Globo. Sem qualquer motivo aparente, nem mesmo sabendo por que, levantei-me da poltrona que estava e me dirigi ao alpendre. O céu estava lindo, uma noite magnificamente bela; as estrelas pareciam ter um brilho mais intenso, e, a lua refletia sua luminosidade como uma moldura ao que estava a sua volta.
Ao olhar rua abaixo, vislumbrei um homem que, em direção acima, caminhava desordenadamente; era, a meu ver, alguém alcoolizado; talvez.
Caminho de retorno à porta de entrada e antes que a ela chegasse ouvi um chamado, em alto e bom som: “Oh Tio!”. Detive-me e mal me volvi ali estava ele a pedir licença para um rápido diálogo.
Talvez queira comida, pensei. Quantos casos idênticos já não ocorreram nesta situação. Assim o fosse nada de surpreendente; noto que era um rapaz na casa dos vinte e poucos anos e não estava alcoolizado.
Desculpe se importuno no adiantado das horas, começou ele.
Disse ter estado perambulando próximo ao aeroporto pedindo ajuda para uma viagem da nossa Catanduva para São José do Rio Preto. O ônibus sairia às 23,45hs. da Rodoviária e o custo seria de R$. 7,15; nada tendo arrecadado até então e que sua alimentação teria ocorrido ao revirar, próximo ao aeroporto, alguns lixos.  Esta ocorrência teria motivado a presença da Guarda Municipal que o retirara de lá. Fora removido daquele bairro e por motivos de documentação não teria conseguido albergue.
O primeiro pensamento que me ocorrera fora de que não condizia à verdade e estava me predispondo para dar uma pequena ajuda, ante a hipótese de que o estaria ajudando e me isentando de dissertar uma possível trama para obtenção de recursos.
Uma moeda pensei talvez isso resolva. Forte inspiração leva-me a questionar o valor e penso em R$. 5,00. Sim, este valor estaria próximo do pedido e o complemento alguém o faria. Novamente, inspirado questiona-me a dúvida: mas em menos de 30 minutos poderia ele não conseguir o valor necessário.
Bem, R$. 5,00 ou R$.7,15 em nada mudaria minha situação e já que estava a fazer uma caridade, ainda que o pedido não fosse verdadeiro, pouco importaria o valor.
Dei-lhe não muito além do valor pedido e dele mal recebi um agradecimento, pois saiu em andar disparado como se estando atrasado para suas pretensões.
Ainda o observara no andar ligeiro que empreendia, quando “ouvi” claramente um Deus lhe pague. Olho aos lados e nada vejo; sugere-me a inspiração um ato de desdobramento mediúnico. Noto uma radiante entidade do sexo feminino a contemplar meu gesto e agradecer a Deus o momento. “Sempre estarei a rogar por Você”, disse-me ela. “Esteja tranqüilo, pois o nosso irmão tem sido mal compreendido, conquanto seja um necessitado em todos os sentidos. Fui orientada que o procurasse para ajudá-lo e ao que pareceu ser um acaso, tudo foi elaborado sob a condução da espiritualidade. Estava confiante da tua sensibilidade e digo, mesmo que te esquivasse materialmente, não poderias apagar a luminosidade que emerge do teu lar.”

Estou redigindo e ao ensejo que daria concluso este texto, 23,50hs., noto a presença daquela Irmã ao meu lado sugerindo-me novo desdobramento e averiguação: Ele esta no interior do ônibus, com os olhos marejados, talvez pensando no seu destino e com os pensamentos em Deus.
Recebo dela um forte abraço e um fervoroso “Deus lhe pague!”.

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